Milhares de pessoas vindas de toda a Europa se manifestaram neste sábado (07/01), em Paris, em homenagem a três militantes curdos assassinados há quase 10 anos na capital francesa. Os manifestantes também lembraram dos ataques de 23 de dezembro, pediram justiça para as vítimas e continuaram a acusar a Turquia.
A manifestação é organizada todos os anos e reúne a comunidade curda desde 2013. Este ano, ela acontece alguns dias depois de um ataque no centro de Paris, que causou a morte de três curdos. Um homem de 69 anos confessou o crime e disse ter cometido o ato porque sente um “ódio patológico” de estrangeiros. O crime causou grande comoção na comunidade curda, que acusa a Turquia de envolvimento no ataque
Os manifestantes desfilaram por ruas da capital, sob forte proteção policial, com uma bandeira preta com as fotos dos três militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), assassinados em 2013 e dizendo o slogan: “o Estado turco massacrou novamente três curdos em Paris.”
De acordo com os organizadores, “ao menos 25.000 manifestantes” participaram do protesto. “Nada poderá parar a liberdade dos curdos”, “verdade e justiça, “queremos justiça”, gritavam os participantes, que desfilaram até a praça da República, passando pelos lugares onde aconteceram os ataques em 2013 e 2022.
Reprodução/ @Le_CDKF
De acordo com os organizadores, ao menos 25.000 manifestantes participaram do protesto
Participação da Turquia em questão
No primeiro ataque, na noite de 9 de janeiro de 2013, os militantes Sakine Cansiz, de 54 anos, Fidan Dogan, de 28, e Leyla Saylemez, de 24, foram mortos com tiros na cabeça, no interior do Centro de Informação do Curdistão (CIK), em Paris.
O suspeito do crime, Omer Güney, foi preso, mas morreu em 2016 na prisão, algumas semanas antes da abertura de seu processo.
A investigação da Justiça francesa, que tinha indicado “a implicação” dos serviços secretos turcos (MIT) sem, no entanto, designar os mandantes, continua aberta. O MIT desmentiu oficialmente qualquer envolvimento.
O triplo assassinato cometido em 23 de dezembro, causou revolta entre os curdos da França que, apesar das declarações do suspeito e dos primeiros elementos das investigações apresentadas pelo Ministério Público, continuam a acusar a Turquia.
Um protesto da comunidade curda em Paris, no dia seguinte ao crime, foi marcado por violências.