Atualizada às 19h30
Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (24/07) em distintas cidades do país para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro. Os atos, que ocorrem de maneira unificada pela 4ª vez neste ano, pedem o impeachment do mandatário brasileiro, além de “vacina no braço e comida no prato”, em referência à má gestão da pandemia no Brasil.
Além das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, a convocação para os atos foi feita por organizações de trabalhadores, sindicatos, associações religiosas e também por torcidas organizadas. De acordo com estimativa dos organizadores, as manifestações reuniram cerca de 600 mil pessoas em 509 protestos realizados no Brasil e no exterior, sendo pelo menos 12 capitais estaduais e em Brasília (DF).
Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, as manifestações contra Bolsonaro têm contado com adesão massiva e os manifestantes vêm ocupando as ruas utilizando máscaras e respeitando as regras de distanciamento.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os protestos contra Bolsonaro ocuparam a avenida Presidente Vargas em quase toda sua extensão, com ao menos cinco quarteirões repletos de manifestantes. A concentração foi iniciada pela manhã e, segundo os organizadores, contou com a participação de 75 mil pessoas.
Os atos na capital carioca reuniram diversos partidos políticos e setores sindicais como petroleiros, professores e trabalhadores da saúde. Entidades de aposentados e de pessoas LGBT também estiveram presentes.
Norte e Nordeste
Em Recife, capital de Pernambuco, mais de 30 mil pessoas participaram das manifestações contra a gestão de Bolsonaro durante a pandemia. Os manifestantes iniciaram a concentração no centro da cidade, na Praça do Derby, por volta das 10h.
Além disso, ainda na capital pernambucana, foi realizado um ato ecumênico em memória das mais de 547 mil vítimas da covid-19 no país.
Uma grande manifestação ocorreu em Fortaleza, no Ceará, com a concentração iniciada na Praça Portugal. Com bandeiras e cartazes pedindo o impeachment do presidente, os manifestantes marcharam até o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, região litorânea da cidade.
Em Maceió, Alagoas, os protestos contra Bolsonaro tiveram início logo pela manhã e reuniram movimentos populares e centrais sindicais de diversas categorias. Milhares de pessoas participaram de atos que ocorreram em cidades na Bahia como Salvador, Feira de Santana, Juazeiro e Vitória da Conquista.
Na cidade de Belém, no Pará, partidos de esquerda se mobilizaram nas ruas para pedir mais vacinas, auxílio emergencial e a saída de Bolsonaro da Presidência. Os manifestantes marcharam pela avenida Nazaré, uma das principais vias da cidade, ao lado de movimentos populares.
A cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, também recebeu manifestações que contaram com a presença de entidades da Frente Brasil Popular e pediram o impeachment de Bolsonaro.
Em São Luís, capital do Maranhão, os manifestantes também protestaram contra a alta nos preços dos itens básicos e culpou a gestão de Bolsonaro pela inflação. Já no Estado de Sergipe, centenas foram às ruas em Aracaju carregando faixas com os dizeres “Bolsonaro genocida e corrupto”.
Em Manaus, capital do Amazonas, palco de uma das maiores tragédias durante a pandemia, quando faltou oxigênio hospitalar no início do ano, manifestantes partiram da Praça da Saudade para percorrer as principais vias da região central até o Largo São Sebastião. Eles protestaram também contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, além de responsabilizarem o governador Wilson Lima (PSC) e o prefeito David Almeida (PSC) pelas mortes na pandemia.
Fotos Públicas
Em São Paulo, a concentração na avenida Paulista teve início às 16h
São Paulo
Em São Paulo, antes do ato que ocupou a avenida Paulista no início da tarde, a estátua do bandeirante Borba Gato, que fica na avenida Santo Amaro, zona Sul da cidade, foi alvo de um incêndio. O grupo Revolução Periférica assumiu a autoria do ato e divulgou fotos e vídeos em suas redes sociais.
A concentração na avenida Paulista teve início às 16h, reunindo milhares de pessoas que se manifestaram a favor do impeachment de Bolsonaro. Centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos populares marcaram presença no ato, no qual manifestantes carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o presidente brasileiro.
Diversos políticos e lideranças sociais participaram do ato na capital paulista, como o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o ex-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL), a ativista por moradia Preta Ferreira e a líder indígena Sônia Guajajara.
“[As manifestações] cumprem um papel de colocar o impeachment na agenda nacional. Não vamos esperar pacificamente, olhando de camarote, 550 mil mortes. Não podemos esperar até 2022”, disse Boulos em discurso durante a manifestação em São Paulo.
Outras regiões
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, além de pedirem o impeachment de Bolsonaro, manifestantes carregavam bandeiras de Cuba, pedindo o fim do bloqueio econômico dos EUA contra a ilha. Bandeiras norte-americanas foram queimadas.
Em Minas Gerais, centenas de pessoas se reuniram em Pouso Alegre, no sul do Estado, carregando cartazes e bandeiras com os dizeres “Fora Bolsonaro”.
Já em Ouro Preto, manifestantes realizaram uma intervenção que simulava um “cortejo da democracia”, em protesto contra as declarações de Bolsonaro e Braga Netto sobre a possibilidade de não realizarem eleições presidenciais em 2022.
Ainda em Minas, manifestantes em Araçuaí realizaram uma homenagem aos 50 mortos pela covid-19 na cidade e distribuíram máscaras para a população.
Centenas de pessoas também pediram a saída de Bolsonaro em Florianópolis, Santa Cataria, e Foz do Iguaçu, Paraná. Em Joinville, Santa Catarina, manifestantes se concentraram pela manhã na Praça da Bandeira carregando bandeiras, faixas e cartazes contra o governo.
Em Brasília, capital do país, o ato contra Bolsonaro tomou a Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes marcharam carregando faixas que pediam o impeachment de Bolsonaro, o fim da reforma administrativa e mais vacinas.
Durante as manifestações na capital estiveram presentes diversas lideranças da oposição como a presidente do PT e deputada, Gleisi Hoffmann, e a também deputada Erika Kokay (PT).
“É esse movimento que segue em frente em nome de Marielle, em nome da rainha Tereza de Benguela, em nome de Zumbi, de Dandara, de Margarida Alves e Chico Mendes, que vai arrancar a faixa presidencial que está no peito estufado do fascista”, disse a deputada federal Erika Kokay em discurso durante o ato.
*Com Brasil de Fato e Rede Brasil Atual