Milhares de pessoas voltaram às ruas neste sábado (19/06) em mais de 400 cidades pelo Brasil para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Os atos ocorrem em continuidade à mobilização do dia 29 de maio, que contou com a participação popular em mais de 200 municípios em todos os estados. O lema continua o mesmo: “vacina no braço, comida no prato e fora Bolsonaro”.
Diversas organizações, partidos políticos e movimentos sociais participaram dos atos que, majoritariamente, foram convocados pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, e também por movimentos estudantis, centrais sindicais e coletivos independentes, que destacaram a importância de manter os cuidados contra a covid-19 durante os protestos. As convocatórias orientaram os manifestantes a usarem máscaras de proteção e a manterem o distanciamento social.
Uma multidão de manifestantes tomou as ruas do centro do Rio de Janeiro. Eles protestaram contra o governo Bolsonaro, acusado de promover um “genocídio” contra a população brasileira em meio à pandemia da covid-19. Os cariocas também fizeram um minuto de silêncio em nome das 500 mil vítimas da doença e cobraram aumento no ritmo da vacinação para evitar que as perdas de vidas sejam ainda maiores.
Militantes de movimentos sociais, partidos políticos e população em geral fecharam a Avenida Presidente Vargas, tradicional reduto de manifestações na capital fluminense. Em frente à Igreja da Candelária, um boneco representando Bolsonaro foi queimado pelos participantes.
Como nos demais atos pelo país, os manifestantes buscaram respeitar o distanciamento social. Máscaras de proteção foram entregues aos participantes que não estavam munidos do item.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, o protesto estava marcado para às 16h no vão livre do Masp. Os organizadores reforçam a necessidade de respeitar regras sanitárias e, inclusive, fez um guia para informar a população.
Roberto Parizotti
Em São Paulo, o protesto estava marcado para às 16h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista
Em Recife, ao contrário do ocorrido no 29M, quando policiais atacaram os manifestantes, o ato pelo Fora Bolsonaro e a favor das vacinas transcorreu em clima de tranquilidade na capital pernambucana. Poucos policiais acompanharam à distância a manifestação. Agentes de conciliação foram escalados pelo governo estadual, para conter eventuais abusos. O Batalhão de Choque não foi mobilizado.
Os manifestantes se concentraram por volta das 9h na Praça do Derby e, às 10h, seguiram em caminhada para a Avenida Conde da Boa Vista. Munidos de grandes seringas, representando as vacinas, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcharam em fila indiana, mantendo o distanciamento.
Foram registrados atos contra o presidente em diversas capitais. Em Belém, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também denunciaram a alta no preço da energia, situação que deve ser agravada com a privatização da Eletrobras.
Houve manifestações também em Belo Horizonte, São Luís e João Pessoa. Assim como várias cidades médias do interior, como Feira de Santana (BA), Novo Hamburgo (RS) e Parauapebas (PA), registraram protestos.
Em Brasília (DF), os manifestantes começaram a se concentrar às 9h e iniciaram uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios, acompanhados por grupos indígenas. Além da vacinação e do impeachment de Bolsonaro, os ativistas pediram um auxílio emergencial de R$ 600.
(*) Com Rede Brasil Atual e Ansa.