Após vários dias de protestos contra a privatização da venda de bilhetes para visitas em Machu Picchu, no Peru, os organizadores das manifestações anunciaram nesta segunda-feira (29/01) uma trégua de 24 horas nesta terça-feira (31/01) para estabelecer uma mesa de diálogo com o governo, a fim de encontrar uma solução para o conflito.
“Declaramos uma trégua de 24 horas para viabilizar uma mesa de diálogo. Esperamos que termine em uma solução para este problema”, disse à imprensa o secretário-geral da Defesa do Património Cultural do Turismo, Alfredo Cornejo.
O protesto foi organizado por grupos do departamento de Cusco, em repúdio à decisão do Ministério da Cultura de contratar uma empresa privada para administrar a venda de ingressos para entrar no sítio histórico inca de Machu Picchu.
Segundo a ministra da Cultura do Peru, Leslie Urteaga, o governo só aceitaria conversar com os líderes da mobilização caso os protestos fossem suspensos.
De acordo com sua pasta, “há vontade de dialogar com as organizações da região de Cusco, desde que ocorra em um clima de paz, e permitindo que todas as pessoas que estão programadas para chegar a Machu Picchu o façam sem problemas”, referindo-se ao bloqueio à linha ferroviária que liga o local inca de Machu Picchu à cidade de Ollantaytambo.
Ministerio de Cultura/Twitter
Segundo ministra da Cultura, governo só aceitaria conversar com líderes caso protestos fossem suspensos
Representando o governo da presidente Dina Boluarte, Uerteaga defende a venda de ingressos para o parque de forma privatizada a fim de promover “melhores serviços, reduzir lacunas históricas e combater a corrupção.
“Temos a convicção de que uma plataforma virtual, transparente, objetiva e segura ajudará a reativar a economia através do turismo”, afirmou a ministra.
Por sua vez, o chefe da Presidência do Conselho de Ministros do país, Alberto Otarola, respaldou a decisão do Ministério da Cultura, afirmando que “não será dado um único passo atrás em relação às melhorias na venda de ingressos para Machupicchu”.
En tanto, el titular de la @pcmperu, @AlbertoOtarolaP, aseveró que no se dará ni un paso atrás sobre las mejoras en la venta de boletos a Machupicchu, respaldando a la ministra Urteaga.
— Ministerio de Cultura (@MinCulturaPe) January 29, 2024
Para o governo, a privatização das vendas de ingresso é uma forma de combater a “máfia que tem, ilegalmente utilizado indevidamente as entradas de Machu Picchu”.
A cidade inca de Machu Picchu recebe em média cerca de 4.500 visitantes por dia. No âmbito do novo esquema operacional, o governo reservou diariamente cerca de 1.000 bilhetes para venda direta por meio da empresa privada.
Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1983, Machu Picchu foi construída no século XV por ordem do imperador inca Pachacutec (1438-1470).
(*) Com TeleSUR