Milhares de manifestantes alcançaram o centro de Barcelona nesta sexta-feira (18/10) em protesto contra a condenação de nove líderes independentistas catalães. Diversos confrontos com a polícia foram registrados durante o 5º dia de protestos consecutivos após a sentença proferida por um tribunal espanhol no último domingo.
Segundo o jornal El Diario, os confrontos se iniciaram em um ponto da Via Laietana, uma das principais avenidas da cidade. Incêndios também foram registrados na praça Urquinaona e na rua Trafalgar, região central de Barcelona.
Ainda de acordo com o periódico, o confronto entre manifestantes e autoridades já dura horas. Segundo a polícia, 10 pessoas já foram presas nesta sexta-feira.
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Estratégia utilizada desde o início dessa jornada de protestos, rodovias no entorno da cidade também foram bloqueadas e os principais acessos ao centro foram fechados.
Nas ruas, a polícia reprimiu os manifestantes com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneos, enquanto foram atingidos por pedras e objetos metálicos. Segundo dados do governo, 25 pessoas já ficaram feridas durantes as marchas desta sexta-feia.
Sònia Calvó/El Diario
Manifestações na Catalunha começaram na última segunda, após Tribunal Supremo da Espanha condenar líderes catalães por organizar referendo
Mais cedo, milhares de pessoas se mobilizaram em direção a Barcelona para participar da greve geral convocada em protesto contra as condenações dos líderes independentistas da Catalunha.
A paralisação foi convocada por três sindicatos e recebeu o apoio de 30% dos funcionários, segundo dados do Departamento de Trabalho e Assuntos Sociais da Generalitat (o governo da Catalunha). Um dos setores com maior adesão à greve foi o da educação, com 43% dos professores da rede pública (35% do total) em greve. Nas universidades, a atividade tem sido residual, com a maioria dos campi fechados pelos protestos ou por prevenção.
As manifestações na Catalunha começaram na última segunda-feira (14/10), depois de o Tribunal Supremo da Espanha condenar por delitos de sedição, malversação e desobediência nove líderes catalães por organizar o referendo de independência da região, em outubro de 2017.
O tribunal condenou os líderes, somados, a quase 100 anos de prisão. A maior sentença foi para o ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras, que deverá cumprir 13 anos de cadeia.