O número de massacres com arma de fogo triplicou nos Estados Unidos nos últimos anos. A média entre 2000 e 2008 foi de cinco atentados por ano. Neste período, 324 pessoas foram diretamente atacadas, resultando em 145 mortes. De 2009 a 2012, a média subiu para 15 por ano com 404 vítimas; 207 morreram.
Assista o Duelo de Opinião Opera Mundi: porte e posse de armas são um direito legítimo da população?

As informações foram divulgadas no final de outubro de forma oficial pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder. Na pesquisa é considerado “massacre” ou “atentado” quando um atirador dispara contra outros cidadãos sem razões aparentes, seguido ou não de suicídio.
Veja o vídeo, em inglês, com o anúncio oficial do governo-norte americano
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Outro informação alarmante divulgada nas últimas semanas está relacionada às vítimas infantis de armas de fogo. Cerca de 500 crianças morrem em média por ano nos EUA e outras 7500 ficam feridas, revelou a academia norte-americana de pediatria também no final de outubro. Este número representa um aumento de 60% em uma década. As crianças são, no geral, vítimas de acidentes, brigas e latrocínios.
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“Estados com a porcentagem alta de pessoas com armas em casa tendem a ter alta incidência de crianças baleadas, acidentalmente ou vítimas de brigas ou atos violentos”, conclui Arin L. Madenci, autor da pesquisa.
Federico Mastrogiovanni / Opera Mundi
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O crescimento dos massacres com armas de fogo reacendeu nos EUA a questão: posse e porte de armas estão relacionadas com mortes violentas? Especialistas divergem quanto à importância de revólveres e outros mecanismos de proteção individual.
O Partido Democrata, do presidente Barack Obama, defende a criação de uma regulação de checagem de antecedentes criminais e histórico de saúde mental para quem deseja adquirir armas. No entanto, as propostas de regulamentação esbarram no Partido Republicano, que defende que todo cidadão tem o direito legítimo à defesa.
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“Vou andar com a tramitação o mais rápido que puder. Espero conseguir os votos, mas não os tenho agora. Tenho conversado com as pessoas e a coisa que me irrita é o número de republicanos que dizem ‘pois é, sabemos que você está certo mas não temos o que fazer’”, afirmou o líder democrata no Senado, Harry Reid, em entrevista à mídia norte-americana.
O argumento democrata é que mesmo republicanos reconhecem a necessidade de regulação, mas não têm coragem de enfrentar a indústria das armas. No entanto, dizem juristas, uma legislação capaz de regulamentar o setor é praticamente impossível de ser aprovada neste momento, mesmo com o maciço apoio democrata.
A cultura das armas faz parte de um legado histórico dos EUA e está profundamente arraigada à sociedade. Obama, dizem especialistas, não vai se expor a um ponto crítico à população logo após o shutdown e um processo tão desgastante quanto foi a aprovação do Obamacare – plano de saúde estendido a toda população.
* Com informações do Politico.com e revista Mother Jones