Desde que os confrontos armados eclodiram no Sudão do Sul em dezembro de 2013, a violência já resultou na morte de pelo menos 58 pessoas dentro de hospitais, denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras, em um relatório divulgado nesta terça-feira (01/07).
Anna Surinyach/MSF
Hospital na cidade de Malakal foi palco de conflito entre forças do governo e oposição no dia 18 de fevereiro
No hospital da cidade de Bor, por exemplo, 14 pacientes e um membro do Ministério da Saúde foram baleados durante um ataque em dezembro. Já no hospital-escola de Malakal, 11 pacientes foram alvejados em seus leitos, em fevereiro. No mês seguinte, outras 28 pessoas foram mortas no hospital de Bentiu, entre elas, um membro do Ministério da Saúde.
“Infelizmente, por causa desta crise, perdemos contato com muitos de nossos pacientes, alguns dos quais podem ter morrido se não tiverem conseguido continuar seus tratamentos”, conta o Dr. Muhammed Shoaib, coordenador médico de MSF. “Agora, voltamos a tratar alguns pacientes, mas podemos oferecer apenas uma fração dos serviços que oferecíamos anteriormente”, acrescenta.
Anna Surinyach/MSF
Ataque a hospital em Malakal resultou na execução de 11 pacientes, alguns foram alvejados em seus leitos
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De acordo com a entidade humanitária, os ataques também destruíram instalações médicas, que foram saqueadas e incendiadas em pelo menos seis ocasiões. Além dos danos materiais, pessoas vulneráveis acabam sem tratamentos de saúde básicos quando mais precisam. Com a escalada de violência, serviços essenciais, como cirurgias de emergência e campanhas de vacinação, não podem ser realizados.
“Por vezes, pudemos observar níveis terríveis de violência em meio ao conflito, tendo as instalações de saúde sido, inclusive, alvo”, relata Raphael Gorgeu, coordenador-geral de MSF. Para Gorgeu, esses ataques têm consequências de mais longo prazo para as centenas de milhares de pessoas que estão sem acesso a serviços médicos.
Michael Goldfarb/MSF
Remédios e suprimentos são destruidos em um hospital na cidade de Leer : instalação foi destruída no fim de janeiro