A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, saiu em defesa de seu companheiro, o jornalista Andrea Giambruno, dez dias após se tornar alvo de críticas por dizer que mulheres deveriam evitar estupros não se embriagando.
A declaração foi pronunciada por Giambruno no fim de agosto, em um programa da emissora privada Rete 4, em meio à comoção na Itália por conta de dois casos de violência sexual em grupo, um contra uma jovem de 19 anos e outro contra crianças de 10 e 12.
“Acho que Giambruno disse de modo apressado e assertivo uma coisa diferente daquilo que foi interpretado por muitos”, defendeu a premiê de extrema direita.
“É uma coisa similar àquilo que minha mãe me dizia quando eu era jovem e saía de casa: 'olhos abertos e cabeça erguida'. Ou seja, infelizmente os estupradores existem, e não podemos abaixar a guarda”, declarou.
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Declarações foram interpretadas como uma culpabilização das vítimas de estupro
Segundo a premiê, trata-se de “não se colocar na condição de permitir que esses animais façam o que eles gostariam de fazer”.
“É um conselho que muitos pais dariam aos próprios filhos”, destacou Meloni, ressaltando que “não existe justificativa para estuprar uma garota”.
Apesar da defesa de Meloni, o companheiro da premiê disse que uma mulher que “evitar ficar bêbada e perder os sentidos talvez não caia em determinadas problemáticas, porque depois o lobo sempre aparece”. Além disso, acrescentou que é essencial “não perder a consciência e permanecer capaz de entender e querer”.
As declarações foram interpretadas por políticos de oposição e associações contra a violência de gênero como uma culpabilização das vítimas de estupro.
(*) Com Ansa