Embora não tenha tido avanços nas negociações com a União Europeia, com influência da troca de governo na Argentina, a cúpula do Mercosul sob a presidência do Brasil foi concluída com a assinatura do acordo de livre comércio com a Cingapura. Esta é a primeira parceria com um país asiático desde 2011.
“Desde 2011 não tínhamos assinado acordo com nenhum outro país, uma dificuldade de negociação externa do Mercosul. Mas, desta vez, devemos assinar na cúpula, no Rio de Janeiro, o acordo com Cingapura. A importância é central. É o nosso segundo parceiro na Ásia, atrás da China e à frente do Japão”, afirmou nesta quinta-feira (07/12) o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O tratado que visa ampliar os fluxos comerciais, dar maior previsibilidade a disciplinas modernas e ampliar condições para mais investimentos, revela um importante passo histórico, uma vez que a Cingapura dispõe de um Produto Interno Bruto (PIB) robusto e uma tecnologia avançada.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comemorou e chegou a ressaltar a importância desta nova relação.
Twitter/Lula
Mercosul assina acordo de livre comércio com Cingapura, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil
“O acordo com Cingapura é estímulo para acreditar que as coisas vão continuar dando certo”, afirmou o líder do país que, nos últimos anos, teve um importante papel comercial com seu novo parceiro asiático.
A relação intercontinental ganhou intensidade em 2018, quando Cingapura protagonizou o 22º maior destino das exportações brasileiras, no total de 2,3 bilhões de dólares. Já no ano passado, o país subiu de posto para a sétima posição, com a movimentação de 8,4 bilhões de dólares.
Neste ano, até novembro, o Brasil já exportou 7,1 bilhões de dólares para Cingapura, deixando ela na oitava posição entre os principais destinos de vendas para o exterior. A lista é liderada pela China que, até este mês, já comprou em cerca de 95,4 bilhões de dólares, mais do que os 89,4 bilhões do ano anterior.