Sábado, 19 de julho de 2025
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A União Europeia tem de ir em frente com o anúncio de novas sanções econômicas contra a Rússia, disse nesta quarta-feira (10/09) a chanceler alemã, Angela Merkel, acrescentando que, de qualquer modo, elas poderão ser suspensas se houver progressos substanciais no sentido de um plano de paz para a Ucrânia.

Efe

Merkel, sobre a trégua estabelecida entre separatistas e governo no leste da Ucrânia: “não é um cessar-fogo 100%, mas é uma melhoria” 

“Em vista da situação atual, que, de fato, trouxe uma melhoria em relação às atividades militares – não é um cessar-fogo 100%, mas é uma melhoria -, e a falta de clareza em muitos outros pontos que citei, somos a favor de que essas sanções sejam implementadas agora”, declarou Merkel ao Parlamento alemão.

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A chanceler ainda falou que a Alemanha seria “a primeira” a recomendar a suspensão das sanções se um plano de paz de 12 pontos para a Ucrânia for implementado. A UE aprovou novas sanções na segunda-feira, mas adiou sua implementação para avaliar o cessar-fogo. Embaixadores da UE reúnem nesta quarta-feira para discutir os próximos passos.

Reação de empresas

Quem não está contente com o posicionamento de Merkel são empresas alemãs que têm negócios com a Rússia. Segundo um relatório divulgado ontem pela Câmara de Comércio Exterior Russo-Alemã, a maior parte delas considera que as sanções econômicas impostas pelo Ocidente são uma ferramenta política errada e ineficiente.

Segundo a publicação, 78% das empresas consultadas compartilham dessa opinião, enquanto apenas 22% aprovam a medida tal como ela vem sendo adotada. Para 66% dos empreendedores alemães, as restrições são inúteis, enquanto para 29%, são necessárias, embora possa causar dano aos empresários.

A maioria das empresas alemãs que têm negócios no país não está contente com isso, conforme revelou relatório da Câmara de Comércio Exterior Russo-Alemã

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Representantes de mais de 60% das companhias que participaram da pesquisa afirmaram que o conflito na Ucrânia já está afetando diretamente seus negócios. Segundo o vice-presidente da Associação de Câmaras de Comércio e Indústria da Alemanha, Volker Treier, a inventiva máquina de construção e a produção de equipamentos industriais do país estão entre os setores mais afetados pelas atuais circunstâncias.

Ele explica que, de um lado, o impacto direto foi causado pela introdução das sanções europeias e a ambiguidade de sua aplicação, enquanto, do outro lado, isso também se deve ao aumento considerável dos custos de financiamento para clientes russos, devido à falta de crédito e à queda do rublo.

 
Apesar do quadro momentaneamente desfavorável, mais de 70% dos investidores alemães consideram alto ou muito alto o potencial do mercado russo no longo prazo. Quase dois terços dos entrevistados revelaram que os seus lucros na Rússia em 2014 permanecerão os mesmos ou apresentarão um ligeiro aumento em relação ao ano passado.

* Com informações da agência Reuters e do Diário da Rússia