O presidente do Congresso da Guatemala, Samuel Pérez (Movimento Semilla),anunciou nesta quinta-feira (18/01) que elegerá uma nova diretoria para a Casa, em cumprimento à ordem “completamente inconstitucional e caprichosa” do Tribunal Constitucional (CC).
Em coletiva de imprensa, Pérez declarou os legisladores de Semilla decidiram não fazer parte do novo processo e não tentarão ocupar cargos no conselho de administração, a fim de que não haja outra decisão do CC contra o partido.
La CC decidió entrar en un pulso inmaduro en contra de la voluntad popular, pero nuestra prioridad es el pueblo de Guatemala. pic.twitter.com/Gu1s7wMDa1
— Samuel Pérez Álvarez ? (@samuel_pz) January 18, 2024
“O Movimento Semilla decidiu proteger os interesses do povo da Guatemala acima do seus” e dará “um passo de lado”, deixando dois lugares da Mesa Diretora do Parlamento, discursou.
Pérez, que foi o primeiro secretário-geral do partido Semilla até 2022 e nomeado há poucos dias chefe da legislatura, destacou que com esta ordem o Tribunal entrou “em uma luta direta com o Congresso, mas sobretudo contra a vontade popular”.
Rudy Del Cid/Twitter
Samuel Pérez, presidente do Congresso, declarou que Corte entrou "em luta direta contra vontade popular"
“O Tribunal deixou de ser o garantidor da Constituição e passou a ser o guardião dos corruptos, que foi precisamente o que o povo da Guatemala rejeitou nas urnas, lutou e resistiu nas ruas”, disse Pérez sobre a decisão que mantém a perseguição judicial contra Semilla e seus membros, repetidamente denunciada pelo recém-empossado presidente Bernardo Arévalo.
O Tribunal Constitucional da Guatemala ordenou nesta quarta-feira (17/01) que as eleições para a liderança do Congresso fossem repetidas por causa das irregularidades nas disposições das legislaturas dos deputados do Semilla. Assim, o atual conselho de administração convocou uma sessão ordinária para esta sexta-feira (19/01) para definir uma nova propriedade no Congresso.
O mais alto tribunal judicial afirmou que a tomada de posse de Bernardo Arévalo e Karin Herrera como presidente e vice-presidente da República, ocorrida nesta segunda-feira (15/01) não será afetada.
No entanto, este é o primeiro revés judicial que o recém-empossado enfrenta após as polêmicas que atrasaram sua posse em um clima de extrema tensão, precedido de múltiplos confrontos com o Ministério Público (MP).
Desde a sua vitória eleitoral em agosto, o MP liderou um ataque judicial contra Arévalo e sua vice, contra o próprio Movimento Semilla e contra o processo eleitoral guatemalteco, do qual chegou a solicitar a anulação.
(*) Com RT en Español e TeleSUR