Ignorando a inabilitação política de María Corina Machado, o comando da campanha política da oposição venezuelana manifestou, nesta quarta-feira (13/03), que a ex-deputada não pretende renunciar à candidatura nas eleições presidenciais do país contra Nicolás Maduro, previstas para 28 de julho.
Em conferência de imprensa, a secretária-geral do partido La Causa R, Andrea Tavares, afirmou que “falar em substituir a candidata não faz parte dos nossos planos”.
“Não vamos deixar que essa vitória seja arrancada e o compromisso com a mudança é até o fim (…) Quero pedir que confiem na candidata, nas decisões dela”, declarou a integrante da equipe política de oposição, sem mencionar a inelegibilidade da ex-deputada.
Ainda de acordo com a comissão eleitoral de María Corina, entre 21 e 25 de março, o grupo irá ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) registrar a líder da oposição nas eleições, contestando a decisão do organismo de confirmar a sua proibição por 15 anos
No final de janeiro, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) oficializou a inabilitação da pré-candidata da oposição até 2036, determinação que impede María Corina de disputar na corrida eleitoral deste ano.
Inabilitação política
O processo contra María Corina começou em 2015, quando o TSJ decidiu pela inelegibilidade de Corina por 12 meses por “inconsistência e ocultação” de ativos na declaração de bens que ela deveria ter apresentado à Controladoria-Geral da República (CGR) enquanto foi deputada na Assembleia Nacional, entre 2011 e 2014.
Em junho de 2023, a CGR ratificou que María Corina estaria inabilitada para ocupar cargos públicos por 15 anos, apresentando novos elementos, entre eles, a “existência de fundos administrados por justificar, o que representou uma porcentagem de 50% dos fundos administrados no período avaliado”. Ainda assim, a ultraliberal insistiu e concorreu às primárias da oposição, em outubro, vencendo a disputa.
Maduro concorre à reeleição
Na segunda-feira (11/03), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi escolhido como candidato às eleições presidenciais no país. A decisão que pode definir um terceiro mandato consecutivo do mandatário foi tomada por sua legenda, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A decisão final e definitiva da candidatura será anunciada oficialmente no congresso do partido, nesta sexta-feira (15/03).
(*) Com Ansa