O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira (29/11), que os primeiros meses do seu mandato serão marcados por um período de “estagflação”, ou seja, combinando inflação alta e estagnação econômica.
A declaração do político de extrema-direita foi dada a emissoras de rádio locais, horas depois do seu regresso ao país após viagem aos Estados Unidos.
Milei explicou que seu governo pretende promover uma “reorganização fiscal” na Argentina durante os primeiros meses de 2024. “Esse esforço terá um primeiro impacto negativo na atividade econômica, que será recuperado mais adiante”, argumentou.
Além disso, o líder do partido ultraliberal A Liberdade Avança também divulgou que uma das medidas iniciais de sua gestão será o corte de recursos destinados a pagar os chamados “aguinaldos” do funcionalismo público. O termo “aguinaldo” é usado na Argentina para designar o décimo terceiro salário.
A Liberdade Avança
Milei admitiu que haverá ‘estagflação’ nos primeiros meses do seu governo
“Por que eu tenho que me responsabilizar pelos erros da gestão anterior e pelos que cometeram os governadores das províncias? Não é minha culpa. Se eu decido emitir dinheiro para resolver esse problema vou para o buraco”, justificou Milei.
A confirmação da medida acontece horas depois de um encontro entre dirigentes sindicais de diferentes províncias, que viajaram a Buenos Aires para reclamar sobre o reajuste dos salários de acordo com a inflação.