O novo ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, vai aos Estados Unidos em visita oficial nesta sexta-feira (23) para definir os termos do controverso acordo militar que permite a operação de soldados e equipamento bélico norte-americano em sete bases aéreas e navais colombianas, entre outros temas.
A imprensa colombiana afirma hoje que o texto do acordo deve ser publicado logo após o retorno do ministro.
Em entrevista coletiva concedida antes de embarcar, o ministro afirmou que somente “na volta vai detalhar o conteúdo do acordo militar” que causou polêmica entre os governos sul-americanos. Oficialmente, a razão apresentada por Bogotá e Washington para justificar o acordo é o “combate ao narcotráfico e ao terrorismo” na América do Sul.
“Consideramos essencial para a segurança do Estado colombiano e a segurança dos colombianos o acordo de cooperação com os EUA e Colômbia”, disse Silva, segundo a agência de notícias espanhola EFE. “Não temos nada a esconder nem há nada oculto”, ressaltou, citado pelo jornal El Espectador.
Em Washington, Silva deve se reunir com o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, além de representantes da Casa Branca, do Comando Sul, diretores da CIA e do Departamento Antidrogas dos EUA (DEA).
Esta será a primeira viagem de Gabriel Silva aos EUA no posto de ministro.
Gabriel Silva Luján era presidente da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia antes de ser nomeado por Uribe para o cargo, em agosto, em substituição a Juan Manuel Santos, que comandou a ofensiva militar contra as Farc nos últimos anos. Além disso, Silva já tinha sido embaixador da colombiano nos EUA e conselheiro da secretaria-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), quando tentou promover a criação da ALCA (Área de Livre-Comércio das Américas), hoje fracassada.
Também hoje, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, recebeu um relatório do Conselho de Estado (órgão judiciário) que faz críticas à minuta do acordo. Entre os pontos questionados, estão as condições de permanência de pessoal militar e o grau de controle que a Colômbia poderá exercer sobre os militares norte-americanos estacionados em seu território, inclusive a jurisdição sobre eventuais delitos cometidos. Atualmente, os termos do acordo válido desde 1974 garantem imunidade para os militares dos EUA no país sul-americano.
O Conselho também recomenda que o novo acordo seja submetido primeiro à aprovação do Congresso, onde o governo tem maioria folgada, e depois do Tribunal Constitucional.
De acordo com o jornal colombiano El Tiempo – de propriedade da família de Santos – as recomendações do Conselho de Estado têm apenas caráter consultivo e Uribe tomará a decisão de aceitá-las ou não ainda hoje.
NULL
NULL
NULL