O ministro do Petróleo da Venezuela, Tareck El Aissami, apresentou a sua demissão do cargo na segunda-feira (20/03), depois que a Polícia Nacional Anticorrupção instalou uma investigação para apurar possíveis atos de corrupção na estatal Petróleos da Venezuela S.A. (PDVSA).
Em sua conta de Twitter, El Aissami [que chegou a ocupar a vice-presidência do país, entre 2017 e 2018] afirmou que “em virtude das investigações iniciadas sobre graves atos de corrupção na PDVSA, tomei a decisão de apresentar minha renúncia ao cargo de Ministro do Petróleo, com o objetivo de apoiar, acompanhar e respaldar integralmente este processo”.
En virtud de las investigaciones que se han iniciado sobre graves hechos de corrupción en PDVSA; he tomado la decisión de presentar mi renuncia como Ministro de Petróleo, con el propósito de apoyar, acompañar y respaldar totalmente este proceso.
— Tareck El Aissami (@TareckPSUV) March 20, 2023
As investigações petroleira estatal venezuelana foram anunciadas na última sexta-feira (17/03), como uma ação em conjunto entre o Ministério Público e a Polícia Nacional Anticorrupção [órgão criado em 2014 pelo presidente Nicolás Maduro e ligado ao Ministério da Justiça].
Segundo a imprensa local, o inquérito deve indiciar, nos próximos dias, pessoas que exerciam cargos não só na indústria petroleira como também prefeitos, autoridades regionais e funcionários do Poder Judiciário que estariam envolvidas em irregularidades. A renúncia do ministro do Petróleo sugere que seu nome deve ser um dos que figura nessa lista.
“Da mesma forma, como militante revolucionário, coloco-me à disposição da direção do PSUV para apoiar esta cruzada que o presidente Nicolás Maduro empreendeu contra os antivalores que somos obrigados a combater, até mesmo com as nossas vidas”, acrescentou El Aissami.
Twitter / Tareck El Aissami
Tareck El Aissami está sendo investigado pela Polícia Nacional Anticorrupção da Venezuela, órgão criado pelo presidente Nicolás Maduro
A mensagem faz referência ao Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), fundado pelo ex-presidente Hugo Chávez e no qual militam tanto o ex-ministro quanto o atual mandatário venezuelano, Nicolás Maduro.
O vice-presidente da legenda, Diosdado Cabello, em coletiva de imprensa nesta mesma segunda-feira, se referiu ao caso, mas sem citar o nome do ex-ministro.
“O PSUV assume a liderança na luta contra o flagelo da corrupção e de qualquer vício que possa surgir. Nunca antes na Venezuela se denunciou a corrupção como no governo do comandante Chávez e do presidente Nicolás Maduro”, frisou Cabello, que atualmente é deputado da Assembleia Nacional da Venezuela.
“No le tapamos ningún acto delictivo a nadie, absolutamente a nadie. En la Revolución no tienen espacios los corruptos, eso no es de revolucionarios”, Diosdado Cabello. @dcabellor #JuntosContraLasMafias pic.twitter.com/uzLsbZNrfn
— PSUV (@PartidoPSUV) March 20, 2023
O próprio presidente Maduro também fez declarações sobre as investigações na PDVSA.
“O que caracteriza um verdadeiro revolucionário é a sensibilidade, o humanismo e sobretudo a honestidade. Hoje, mais do que nunca, nosso acionar deve ser guiado pela espiritualidade. A ética e a moral devem estar ser exaltadas! Derrotemos os antivalores!”, afirmou o mandatário venezuelano.
Un verdadero revolucionario lo caracteriza la sensibilidad, el humanismo y, sobre todo, la honestidad. Hoy más que nunca nuestro accionar debe estar guiado por la espiritualidad. ¡Ética y moral en alto! ¡Derrotemos los antivalores!
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) March 20, 2023