A agência de classificação de riscos Moody's rebaixou nesta terça-feira (05/07) em quatro degraus a nota de Portugal, que passou a ser Ba2, um nível de bônus lixo, diante do “crescente risco” de que o país descumpra sua redução do déficit e tenha de pedir mais ajuda internacional.
Em comunicado, a agência informou que mantém o cenário sob vigilância com perspectivas negativas – que podem representar novas baixas – sobre o Estado português, que nesta quarta-feira volta ao mercado para emitir mais 1 bilhão de euros em dívida a curto prazo.
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A Moody's já havia rebaixado a nota de Portugal para Baa1 há exatos três meses, após Lisboa pedir um resgate financeiro à UE (União Europeia) e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), finalmente concedido, no valor de 78 bilhões de euros.
Este rebaixamento é o primeiro que atinge o novo governo conservador luso, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, vencedor das eleições antecipadas de 5 de junho passado.
O Governo português se queixou imediatamente da decisão da agência. Uma declaração do Gabinete do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, assinalou que a Moody's não levou em conta as decisões extraordinárias adotadas pelo Governo português para cumprir as metas de redução do déficit.
O Ministério afirmou que a agência também não considerou o “amplo consenso político que respalda a execução das medidas” estipuladas com os organismos internacionais.
Na apresentação de seu programa de governo na quinta-feira passada ao Parlamento, Passos Coelho anunciou que, neste ano, será aplicado um imposto extraordinário de 50% do pagamento de Natal a todos os trabalhadores acima do salário mínimo nacional (de 485 euros).
No entanto, a agência de qualificação considera que Portugal enfrenta muitas dificuldades para deixar o déficit público no nível de 3% exigido pelo programa de seu resgate financeiro, diante dos 9,1% em que fechou 2010.
Para a Moody's, Lisboa enfrenta grandes desafios para reduzir os gastos, impulsionar o crescimento e respaldar o sistema bancário.
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