A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta terça-feira (12/07) a avaliação da dívida da Irlanda em um degrau, de “Baa3” para “Ba1”, nível considerado especulativo, e mantém as perspectivas negativas sobre o país.
Em comunicado, a agência justifica seu rebaixamento pela “crescente probabilidade” de que o governo de Dublin precise de mais “financiamento oficial” quando terminar em 2013 a ajuda financeira concedida pela UE (União Europeia) e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) à Irlanda.
A Moody's mencionou a possibilidade de que, em consonância com as recentes propostas de governos da UE, seja necessária a participação dos credores privados como condição prévia para a concessão de ajuda adicional à Irlanda.
Leia mais:
FMI aprova novo desembolso à Irlanda de 1,580 bi de euros
A Europa em marcha-à-ré
Portugal pede ajuda financeira à União Europeia
Crise política empurra Portugal para mais perto do FMI
Governo espanhol anuncia pacto social para lutar contra a crise
UE e FMI recomendam a Portugal privatizar, cortar gastos e liberalizar
Desemprego e precariedade no mercado de trabalho desencadeiam onda de protestos em Portugal
“A possibilidade de qualquer forma de participação do setor privado no alívio da dívida é negativa para os credores de dívida soberana. Este é um fator-chave para a Moody's ao avaliar a dívida soberana na zona do euro”, indica a nota da agência.
Para receber financiamento extra e então retornar ao “mercado privado”, acrescenta a nota, também “aumenta a possibilidade” de que a Irlanda necessite de ajuda do “setor creditício privado”.
A Moody's reconhece que a Irlanda tem demonstrado “um forte compromisso” em seus programas de “consolidação fiscal” e que está cumprindo as condições de seu resgate financeiro, mas adverte que sua aplicação “favorece riscos”, sobretudo em função da “contínua fraqueza da economia irlandesa”.
Uma missão da UE e do FMI deve divulgar na próxima quinta-feira em Dublin os resultados de sua avaliação trimestral a respeito do cumprimento do governo irlandês das condições de seu recente resgate financeiro, avaliado em 85 bilhões de euros.
Em relação à manutenção das perspectivas negativas para a avaliação irlandesa, a agência explica que se deve também à “mudança de tom entre os governos da UE a respeito das condições sobre as quais fixará o apoio” a países com problemas na zona do euro.
A agência fazia assim referência às medidas adotadas nesta segunda-feira pelos 17 ministros de Finanças da zona do euro, que se mostraram dispostos na noite passada a melhorar a flexibilidade e o alcance do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) para auxiliar países com problemas de financiamento.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL