O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que está exilado no México, denunciou nesta segunda-feira (18/11) que o governo autoproclamado prepara a instauração de um Estado de sítio no país para conter os protestos contrários ao golpe que derrocou o líder indígena.
“Após o massacre de 24 indígenas, eles agora preparam um Estado de sítio. Seria a confirmação de que, pedindo democracia, eles instalaram uma ditadura”, disse Morales pelo Twitter.
O ex-presidente repudiou que o governo autoproclamado boliviano não está buscando a pacificação no país, pois, ao contrário, ordena a “difamação e repressão contra irmãos do campo que denunciam o golpe de Estado”.
En lugar de pacificación, ordenan difamación y represión contra hermanos del campo que denuncian el golpe de Estado. Después masacrar a 24 indígenas, ahora preparan un Estado de Sitio. Sería la confirmación de que pidiendo democracia instalaron una dictadura.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 18, 2019
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Ao apresentar sua renúncia, em 10 de novembro, Morales pediu aos líderes políticos da oposição acabassem com a violência gerada contra os indígenas, militantes e apoiadores do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente. No entanto, depois de sair do cargo, as perseguições e agressões aumentaram no país.
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Evo Morales denunciou que governo autoproclamado da Bolívia pretende instaurar Estado de sítio no país
Os manifestantes que protestam contra o golpe de Estado rechaçaram os ataques realizados por simpatizantes da oposição contra grupos indígenas, que, em um episódio queimaram a bandeira Wiphala, símbolo dos povos originários.
Organizações dos direitos humanos repudiaram a repressão das forças públicas de segurança contra os manifestantes bolivianos que também saíram às ruas exigindo que a presidente autoproclamada, Jeanine Áñez, renuncie ao cargo.
Na última sexta-feira (15/11), o governo autoproclamado assinou um decreto que autoriza os militares “que participe das operações de restauração da ordem e da estabilidade pública, ficará isento de responsabilidade criminal quando, em cumprimento de suas funções constitucionais, atuar em legítima defesa ou estado de necessidade”.
Segundo um informe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em um mês morreram 23 pessoas na Bolívia e 715 ficaram feridas.
O órgão ainda classificou o decreto como “grave” e disse que o texto “viola a obrigação dos Estados de investigar, processar e punir violações dos direitos humanos”.
(*) Com teleSur.