O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, veio ao Twitter no fim da noite deste domingo (10/11) denunciar que existe uma ordem de prisão – ilegal – contra ele após o golpe de Estado no país.
“Denuncio ante o mundo e o povo boliviano que um oficial de polícia anunciou publicamente que tem instruções de executar um mandado de apreensão ilegal contra minha pessoa; da mesma maneira, grupos violentos assaltaram meu domicílio. Os golpistas destroem o Estado de Direito”, escreveu.
Mais cedo, a ex-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) María Eugenia Choque e Antonio Costas, ex-vice-presidente do órgão, que havia renunciado ao cargo no dia 22 de outubro, dois dias depois das eleições gerais, foram presos pela polícia.
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Em entrevista coletiva, o chefe da polícia disse que já existem 36 pessoas presas. “Não estamos apresentando-os como delinquentes, respeitamos sua presunção de inocência, mas [prendemos] para que as pessoas se acalmem e vejam que suas instituições estão trabalhando”, disse Calderón.
Denuncio ante el mundo y pueblo boliviano que un oficial de la policía anunció públicamente que tiene instrucción de ejecutar una orden de aprehensión ilegal en contra de mi persona; asimismo, grupos violentos asaltaron mi domicilio. Los golpistas destruyen el Estado de Derecho.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 11, 2019
Kremlin
Evo denunciou ter ordem ilegal de prisão contra si
Golpe
Morales, que afirmou estar na região de Cochabamba, renunciou ao cargo neste domingo (10/11) após um golpe de Estado iniciado pelos partidos opositores que perderam as últimas eleições presidenciais. O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente em um discurso pela TV.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.
O vice-presidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, também renunciou ao cargo e afirmou que “o golpe de Estado se consumou”.
“Estamos renunciando para não que golpeiem mais nossa gente. Seguiremos lutando. Dedicamos nossa vida para defender os pobres e humildes e seguiremos lutando”, disse Linera.