Sábado, 8 de novembro de 2025
APOIE
Menu

Morreu o líder do Partido Radical — atualmente conhecido como Radicais Italianos — e um dos protagonistas da luta pelos direitos civis na Itália, Marco Pannella, aos 86 anos, informou nesta quinta-feira (19/05) a Radio Radicale, emissora ligada ao partido.

O político havia sido transferido de sua casa para um hospital em Roma nos últimos dias após uma piora de suas funções vitais em decorrência da longa luta contra tumores nos pulmões e no fígado.

WikiCommons

Marco Pannella em 2010

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

No anos 1970, Pannella contribuiu decisivamente para a legalização do voto para os jovens de 18 anos, do aborto e do divórcio, para a descriminalização do uso de drogas leves e para o fechamento de manicômios na Itália. Conhecido por seu jeito não convencional de fazer política, Pannella chegou a ser preso por denunciar os problemas do sistema carcerário italiano. Ele era considerado por analistas políticos na Itália como um defensor dos marginalizados e da liberdade política.
 

Ativo politicamente até sua morte, Pannella lutou pela legalização do aborto e do divórcio, pelo fim de manicômios e por melhores condições para presos na Itália

NULL

NULL

“Um grande líder político, o líder radical que marcou a história deste país com batalhas às vezes controversas, mas sempre corajosas e de olhos abertos. Homenageio em meu nome e em nome do governo a história deste lutador e leão da liberdade”, disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, durante uma coletiva de imprensa ao lado do premiê holandês, Mark Rutte.

WikiCommons

Marco Pannella e Dalai Lama em 2008

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, também lamentou a morte do político através de uma mensagem. “A morte de Marco Pannella dói profundamente. Protagonista da política italiana, sem nunca estar ligado ao poder, combateu batalhas de grande importância, particularmente, no campo dos direitos. Com paixão, ele representou tantos cidadãos e conseguiu, não raramente, transformar uma condição de minoria no início de um processo de mudança”, afirmou Matarella.

Pannella tinha muita afinidade com o atual líder da Igreja Católica, o papa Francisco. Segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a preocupação pelas condições dos detentos criou uma “ligação” entre o papa e o político. Os dois eram amigos, assim como Pannella era amigo do líder budista Dalai Lama. O político italiano trocava cartas e telefonemas com os dois líderes religiosos.


*com ANSA