O Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou um comunicado nesta terça-feira (13/05) afirmando que os referendos separatistas do último domingo – que decidiram pela independência das cidades ucranianas de Donetsk e Lugansk – são um “claro sinal a Kiev” sobre a crise na região, ao mesmo tempo em que pede que União Europeia e EUA exerçam a influência que têm sob a Ucrânia para debater o assunto.
Agência Efe
Barriacas montadas por separatistas em Donetsk; Rússia diz que referendos são 'claro sinal' da crise
“Moscou espera (…) que a UE e os Estados Unidos usem sua influência sobre a atual liderança em Kiev de modo que questões de estrutura de Estado e respeito aos direitos das regiões sejam discutidas em breve – de qualquer modo, antes da eleição marcada para 25 de maio”, afirmou.
No entanto, o governo russo deixou claro que, para o Kremlin, as novas sanções impostas pela União Europeia a pessoas próximas a Putin e a empresas confiscadas na Crimeia não ajudam na resolução da crise.
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O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Karasin, afirmou nesta terça que “a falta de vontade das autoridades de Kiev” de abrir um diálogo com as regiões, principalmente do sul e do leste do país, também são um grande obstáculo para reduzir a tensão no país.
Independência
As regiões de Donetsk e Lugansk declararam na segunda-feira (12/05) sua independência da Ucrânia, um dia depois de referendos terem validado a separação, com apoio, segundo os insurgentes, de 89,7% e 96% dos eleitores, respectivamente. A primeira a se declarar independente foi a autoproclamada RPD (República Popular de Donetsk), cujo governo provisório pediu a Moscou que considere a integração do novo país à Federação Russa.
Minutos depois da declaração de Donetsk, a chamada República Popular de Lugansk também proclamou sua independência, durante um grande comício realizado no centro da cidade. Assim como em Donetsk, o referendo que validou a independência de Lugansk não foi reconhecido pelas autoridades ucranianas. Segundo os separatistas, a participação popular superou os 75%, mas o presidente interino da Ucrânia, Aleksander Turchinov, argumenta que esse número não ultrapassou os 32% em Donetsk e os 24% em Lugansk.
(*) Com Efe