O líder do partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) na Turíngia, Björn Höcke, foi acusado formalmente nesta segunda-feira (05/06) pela Promotoria de Halle, no leste alemão, por uso de vocabulário nazista.
Höcke é a principal figura da ala mais extrema da AfDe, embora seja apenas líder da legenda na Turíngia, é considerado umas das pessoas mais influentes do partido. Ele é acusado de usar intencionalmente um slogan nazista durante um evento de campanha em maio de 2021.
O que Höcke disse?
Assim como outros políticos do AfD, Höcke costuma fazer declarações altamente provocativas, muitas evocando imagens do passado nazista da Alemanha, bem como outras que procuram minimizar crimes históricos cometidos por fascistas alemães. Em uma ocasião, Höcke chegou a dizer que o Monumento às Vítimas do Holocausto era uma vergonha para a Alemanha.
Os promotores observaram que, apesar de estarem confiantes de que têm provas suficientes para uma condenação, todo réu é presumido inocente até que se prove o contrário.
Martin Schutt/dpa/picture alliance
Höcke defende a remoção do código penal alemão de artigos que criminalizam a incitação ao ódio racial e a negação do Holocausto
Em novembro de 2021, o parlamento estadual da Turíngia revogou o direito de Höcke à imunidade, abrindo caminho para acusações contra ele em abril. Em 2020, ele já perdido a imunidade após ser alvo de uma queixa criminal por incitação.
Monitorado pelo serviço de inteligência
A atual acusação contra Höcke foi apresentada pelo líder do partido Verde na Saxônia-Anhalt, Sebastian Riegel.
Höcke já foi líder de uma ala da AfD que foi formalmente dissolvida depois que foi de ter sido considerada extremista de direita pelo Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV), a agência de inteligência interna do país. Aseção estadual do AfD da Turíngia também foi classificada como uma organização extremista de direita pelo BfV.
O próprio Höcke é monitorado pelo serviço inteligência interno do país desde 2020. Ele defende a remoção do código penal alemão de artigos que criminalizam a incitação ao ódio racial e a negação do Holocausto. Ele também é figura frequente em atos de grupos de extrema direita na Alemanha.