O procurador-geral da República da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou nesta sexta-feira (13/09) que o Ministério Público confirmou os vínculos do deputado de direita Juan Guaidó com membros de um grupo paramilitar narcotraficantes da Colômbia chamado “Los Rastrojos” e anunciou o início de uma investigação contra o parlamentar.
“Los Rastrojos são uma facção criminal formada por dissidentes da Autodefesas Unidas da Colômbia, que se desmembrou em 2006. Essa organização trabalha com organizações do narcotráfico colombiano e com o Cartel de Sinaloa mexicano”, disse.
A denúncia de que Guaidó atravessou a fronteira da Venezuela com a Colômbia auxiliado por narcotraficantes foi feita nesta quinta-feira (12/09) pelo ativista de direitos humanos colombiano Wilfredo Cañizares. Duas fotografias tiradas no dia 22 de fevereiro mostram o autoproclamado presidente venezuelano abraçado com John Jairo Durán, conhecido como El Menor, e Albeiro lobo Quintero, conhecido como Brother.
Segundo Saab, “a polícia da cidade fronteiriça de Cúcuta confirmou que as pessoas das fotos são os líderes deste grupo criminoso”.
Ele ainda afirmou que as fotos de Guaidó com os “Los Rastrojos” “confirmam a hipótese de que ele e seu ambiente mantêm um relacionamento com esses grupos criminosos. Uma das pessoas que o acompanhou nas fotos não tinha câmera, não, mas estava armada. É impensável que fosse uma fotografia simples de alguns fãs apaixonados”.
O procurador-geral disse que foi encomendado ao 27º Promotor Nacional contra Drogas a “realização da investigação correspondente e a determinação dos vínculos desses narcotraficantes com organizações e pessoas que ganham vida no país”.
Ministério Público da Venezuela
Tarek William Saab confirmou vínculos do deputado de direita Juan Guaidó com membros de um grupo paramilitar narcotraficantes da Colômbia
Guaidó, mentor do golpe
Nas duas fotos divulgadas, Guaidó, que foi o mentor da tentativa de golpe de Estado fracassada de 30 de abril contra o presidente Nicolás Maduro, aparece abraçado com John Jairo Durán, conhecido como El Menor, e Albeiro lobo Quintero, conhecido como Brother. O primeiro era o chefe máximo da organização criminosa, enquanto o segundo era o chefe de finanças. Ambos foram presos pelas autoridades colombianas em junho.
Segundo Cañizares, as fotos foram tiradas em 22 de fevereiro, um dia antes de Guaidó comparecer ao evento que ocorreu em Cúcuta, na Colômbia, que pretendia forçar a entrada de uma suposta ajuda humanitária com o intuito de gerar violência e vítimas para culpar o governo venezuelano. O deputado havia sido proibido pela Justiça da Venezuela de atravessar a fronteira.