O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak negou neste sábado (11/05) as acusações por corrupção e pela morte de manifestantes durante a revolta que o tirou do poder em 2011, durante a primeira sessão de seu novo julgamento no Cairo. O líder do país africano entre 1981 a 2011 acompanhou o início da audiência com semblante sério, acompanhado dos filhos. Sua rejeição as acusações foi feita com um gesto com uma das mãos.
Também rejeitaram as acusações pela morte de manifestantes o ex-ministro de Interior, Habib al Adli, e seis de seus auxiliares, assim como os filhos do ex-presidente Alaa e Gamal, que são julgados pelo suposto enriquecimento ilícito relacionados à venda de gás para Israel, por valores menores que os de mercado.
O advogado da promotoria, Mustafa Jater fez as acusações de participação com “premeditação e fraude” no uso da força e assassinato de manifestantes durante protestos que começaram em 25 de janeiro de 2011, contra o regime liderado por Mubarak, em diversas províncias egípcias.
Segundo Jater, o ex-presidente permitiu que seu ministro usasse armas de fogo e veículos para que a polícia cometesse os crimes, não intervindo para evitar as mortes.
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Os filhos de Mubarak, Alaa e Gamal estão sendo acusados por corrupção e fraude em processo no qual está incluído o empresário Hussein Salem, considerado foragido da justiça. Segundo a promotoria, eles causaram perdas de US$ 714 milhões para o Egito. O ex-presidente também foi acusado de receber cinco mansões no valor de 39 milhões de libras egípcias ( cerca de 10 milhões de reais). Os imóveis pertenciam a Salem, que em troca, supostamente obteve mais de dois milhões de metros quadrados para sua empresa em zonas privilegiadas de Sharm el-Sheikh.
Após a leitura das acusações, o juiz Mahmoud el Rashidi – que recebeu uma caixa selada com novas provas – permitiu a fala dos advogados de acusação, que mostraram suas queixas sobre uma suposta discriminação no tratamento em comparação com a defesa.
El Rachidi pediu que a acusação aceitasse acordo para não ter que atender separadamente os processos de mais de 2 mil advogados particulares envolvidos no processo.
O ex-presidente enfrenta agora uma reavaliação do julgamento, ordenada em janeiro por um tribunal de apelação, que anulou a pena de prisão perpétua, para ele e o ex-ministro, considerando que houve irregularidades no processo.