O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou nesta terça-feira (24/02) que o Reino Unido enviará equipes de suporte militar para auxiliar no treinamento de tropas da Ucrânia. A manobra vem após sucessivas declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande, para resolver o conflito com meios diplomáticos e fins pacíficos.
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EFE
Para Cameron, além de envio de suporte militar, nova onda de sanções à Rússia deve ser imposta se ofensivas continuarem no leste
“Durante o próximo mês, nós vamos destacar pessoal de serviço britânico para fornecer assessoria e uma série de treinamentos, de inteligência tática e logística a tratamento médico”, declarou Cameron, que descartou o envio de armas letais.
As atitudes do premiê inglês vão contra as dos outros dois líderes europeus, responsáveis pelos diálogos de paz entre Kiev e Moscou. Para Cameron, seria “milagroso” se o acordo de cessar-fogo consolidado em Minsk sob mediação de Merkel e Hollande no dia 12 de fevereiro surtisse efeito de fato.
O chefe de Governo britânico argumenta que a sua decisão foi tomada para evitar que o presidente russo, Vladimir Putin, amplie área de influência na região do Báltico ou na Moldávia. Isso traria, segundo Cameron, “danos e consequências profundas” para a Europa.
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O envio de apoio militar e até tropas também tem sido estudado pelos Estados Unidos nas últimas semanas, o que foi amplamente criticado por Berlim e Paris. No início do mês, Merkel disse que a Alemanha não apoiaria a Ucrânia com armamento e destacou que a diplomacia é a única solução possível para a atual crise. “Estou convencida de que este conflito não pode ser solucionado de forma militar”.
Com frequência, o Ocidente acusa a Rússia de enviar contingente militar para a porção leste da Ucrânia, o que é negado pelas autoridades do Kremlin. “O que estamos vendo é uma agressão russa, com tropas, tanques e mísseis russos. Como já disse outro dia, você não pode comprar essas coisas no eBay [site de e-commerce]; elas estão vindo da Rússia e as pessoas não deveriam ter nenhuma dúvida a respeito disso”, comentou Cameron.
Em comunicado conjunto, os ministros do Exterior de Rússia, Ucrânia, França e Alemanha realizaram hoje um novo apelo para que o acordo firmado em Minsk há duas semanas seja respeitado, exigindo também trégua imediata na região. Já para o premiê britânico, além de envio de suporte militar, uma nova onda de sanções “materialmente diferente” das medidas decididas até agora deve ser imposta se a ofensiva pró-Moscou continuar.