Duas cabeças de porco foram penduradas nas colunas de uma mesquita no sul da França e seu sangue jogado na entrada do templo na manhã desta quarta-feira (01/08), informaram jornais locais. Os fiéis islâmicos da cidade de Montauban encontraram o cenário quando chegavam para suas preces matinais em pleno Ramadã e se chocaram com mais um caso de islamofobia no país.
“É indignante… Esses ataques à religião… Eu não sei o que se passa, as pessoas perdem a cabeça, sobretudo durante o Ramadã, quando nós propomos o diálogo entre as religiões”, reagiu o imã da mesquita e presidente regional da União dos Muçulmanos da França, Hajii Mohamed.
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A prefeita de Montauban, Brigitte Bareges, também desaprovou o ato que descreveu como “abominável e blasfemo” em um comunicado oficial, de acordo com o jornal La Depeche. A polícia local já iniciou as investigações sobre o caso, mas nenhuma suspeita concreta foi levantada.
Para Abdallah Zekri, presidente do Observatório de Islamofobia, o atentado foi mais uma provocação racista e preconceituosa contra a comunidade muçulmana francesa. O especialista informou que os atentados islamofóbicos aumentaram em 15% durante o primeiro semestre de 2012 no país. O CCIF (Coletivo Contra Islamofobia Francês) contou 21 ataques contra mesquitas na França apenas em 2011.
A cidade francesa nunca havia conhecido nenhum caso similar, mas não é a primeira vez que porcos são utilizados para provocar fiéis islâmicos na França por serem considerados impuros pela religião. Em Castres, há 120 quilômetros de Montauban, pés de porcos foram pendurados nos portões de uma mesquita em 2009. Na última sexta-feira (31/07), a mesquita de Limoges foi pixada com símbolos nazistas em suas portas, informou o CCIF.
Em Toulouse, cidade localizada a apenas 50 quilômetros de Montauban, um muçulmano executou três paraquedistas franceses e quatro judeus em março deste ano. Apesar disso, segundo relatório elaborado pela Europol (agência de inteligência europeia), dos 294 incidentes terroristas ocorridos no continente em 2010, apenas um foi conduzido por islâmicos. A grande maioria dos atentados foi realizada por grupos neonazistas.