Atualizada às 11h30
Nervoso e demonstrando certa irritação, Jair Bolsonaro discursou na abertura da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York nesta terça-feira (24/09) atacando o comunismo e o Foro de São Paulo, “criado por Fidel, Lula e Chávez” , e criticando as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que, segundo ele, fere a “soberania brasileira” ao propor intervenções na Amazônia.
“A história nos mostra que já nos anos 60 agentes cubanos foram enviados a diversos países para implantar o regime comunista. […] O Foro de São Paulo, organização criminosa criada por Fidel Castro, Lula e Chavez nos anos 60 para implementar o socialismo na América Latina, continua vivo e tem que ser combatido tem que ser combatido “, disse Bolsonaro.
Citando a youtuber indígena Isany Kalapalo, Bolsonaro afirmou que o governo dele tem “compromisso solene” com a preservação do meio ambiente e citou os “ataques sensacionalistas” da mídia internacional, que teriam influenciado governos, como o francês – sem mencionar nomes -, contra o Brasil.
“Problemas, qualquer país os tem. Os ataques sensacionalistas que sofremos da mídia internacional por causa dos focos de incêndio despertaram o nosso patriotismo”, disse.
Segundo Bolsonaro, a mídia propagaria duas falácias, em dizer que “Amazônia é patrimônio da humanidade e que é pulmão do mundo”.
UN Photo/Cia Pak
Bolsonaro discursou nesta terça na ONU
“Alguns governos embarcaram nessas mentiras da mídia e um deles questionou nossa soberania e ousou sugerir aplicar sanções ao brasil sem sequer nos ouvir”, disse Bolsonaro, antes de agradecer a Donald Trump, que ficou de fora, no saguão dando entrevista – e entrou logo depois do fim do discurso do brasileiro.
Protestos
Bolsonaro foi recebido em Nova Iorque, na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU, com manifestações contra sua política ambiental complacente com as queimadas na Floresta Amazônica.
A ida do presidente à ONU foi colocada em dúvida diversas vezes devido ao grande número de críticas que Bolsonaro tem recebido no exterior por conta de sua política ambiental considerada complacente com a devastação da Floresta Amazônica.
As previsões do presidente não poderiam ser mais acertadas. Logo que chegou ao hotel InterContinental The Barclay, um dos mais luxuosos de Nova Iorque, Bolsonaro enfrentou um grupo de manifestantes que se concentrou ao lado da entrada principal do edifício. Sob gritos de “Amazônia sim, Bolsonaro não”, ele entrou às pressas na recepção.
Na tentativa de acalmar os ânimos, Bolsonaro usou um colar indígena ao sair do hotel para jantar. Segundo o Palácio do Planalto, o adereço foi um presente da youtuber indígena Kalapalo, da aldeia Tehuhungu, do Mato Grosso, que foi convidada para integrar a comitiva brasileira na viagem, sob críticas de outros representantes indígenas pelo Brasil.