A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou nesta sexta-feira (27/09) as agressões que os Estados Unidos e a Colômbia preparam contra o país na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Rodríguez apresentou provas das atividades que se realizam em acampamentos para treinar mercenários a fim de que realizem uma ação contra a paz na Venezuela. A vice-presidente indicou que há esses grupos em Santa Marta, Riohacha e Maicao.
Na sua intervenção, afirmou que as provas foram entregues ao governo de Iván Duque, No entanto, a resposta oficial da Colômbia foi que os cidadãos venezuelanos indicados por cometer vários crimes são refugiados na Colômbia.
“Venezuela garante o seu território, intocável, jamais prestado à cometer delitos algum e não atacar nenhum Estado irmão”, disse e assinalou que as políticas sociais implementadas pelo presidente Nicolás Maduro para benefício da população venezuelana são omitidas pela mídia internacional em sua campanha de desinformação.
Ela também se referiu às fotos apresentadas por Duque à ONU sobre a suposta presença de grupos irregulares no território venezuelano. As mesmas que foram negadas pelo jornal El Colombiano, que esclareceu a origem dessas imagens, datadas de 2015, em áreas de Colômbia.
Sanções dos Estados Unidos contra Venezuela
A vice-presidente informou a comunidade internacional sobre as consequências provocadas das sanções ilegais e unilaterais impostas pelos EUA contra a população da Venezuela. Afirmando que esta é uma nova forma ataque contra a soberania e os direitos das nações sem o uso de armas.
“Entre os anos de 2015 e 2019, o governo norte-americano decretou mais de 350 medidas coercitivas e unilaterais contra a Venezuela”, detalhou Rodríguez. Disse que entre elas se encontra “a apropriação ilícita de todos os nossos recursos no exterior, o bloqueio financeiro e comercial total”, o que ameaça a saúde e a educação.
AVN
Delcy Rodríguez durante discurso na Assembleia das Nações Unidas
Além disso, ela alertou que “a Venezuela se tornou o melhor experimento perverso contra o multilateralismo”. E observou que, após as medidas impostas pelos EUA, eles tiveram uma redução de mais de nove vezes sua renda, com perdas de até 130.000 milhões de dólares “pelo brutal bloqueio financeiro que significa um flagrante roubo de nossos recursos.”
Intervenção pelo TIAR
Rodríguez também fez referência à intenção de alguns governos que pretendem executar uma intervenção militar na Venezuela com a implementação do Tratado de Assistência Recíproca (Tiar), reiterando, mais uma vez, que o país não pertence mais ao acordo e nem a Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade que promove tal ação.
“À Venezuela se tem aplicado todas as agressões, exceto a intervenção armada. Por isso, viemos aqui avisá-los”, destacou ao alertar que o que se pretende é semear os pilares que justifiquem tal medida.
A vice-presidente lembrou que essa situação se soma à autoproclamação do deputado da oposição Juan Guaidó, que foi apontado como tendo vínculos com grupos irregulares na Colômbia e, depois de mais de oito meses desde sua ação ilegal e violação da Constituição, não tem apoio, portanto, é mais uma vez determinado que o presidente legítimo da Venezuela é Nicolás Maduro, eleito pela maioria da população em maio de 2018.
“Este deputado é um artifício imperial, existe para ameaçar contra a democracia e a paz na Venezuela”, disse.
Solidariedade com os povos do mundo
A autoridade venezuelana expressou sua solidariedade às nações que também sofrem o ataque do governo dos EUA, como Nicarágua, Cuba, Síria, Coréia do Norte, Rússia e China. Além disso, ela transmitiu seu apoio à Palestina contra as violações cometidas por Israel.
Da mesma forma, Rodríguez denunciou que alguns governos comercializam recursos naturais e não executam políticas de conservação, particularmente o caso de incêndios florestais na Amazônia e o tratamento indiferente dado pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. “Proclamamos os direitos da natureza, uma bandeira inalienável dos povos”, afirmou.
Ela também pediu à ONU que assuma um papel mais ativo nas questões que comprometem a paz e a segurança internacionais.