A libertação do soldado israelense Gilad Shalit, mantido em cativeiro pelo Hamas desde 25 de junho de 2006, pode ser comprometida pela recusa de Israel em soltar quatro prisioneiros palestinos: Abdullah Barghouti, Ibrahim Hamad, Abbas Sayed e Ahmed Saadat.
A informação é do jornal israelense Haaretz, citando como fontes os jornais Al-Quds al-Arabi e Al-Sharq Al-Awsat, sediados em Londres. A troca poderia ser realizada ainda hoje (9), um dia antes das eleições parlamentares em Israel.
Durante conversas entre autoridades israelenses e palestinas sobre a situação na Faixa de Gaza, mediadas pelo Egito há semanas, a possibilidade de Shalit ser solto foi posta na mesa de discussão e, segundo o número dois do Hamas, Moussa Abul Markuz, as chances de um acordo são grandes.
No entanto, Israel alega que a libertação dos quatro, considerados de alta periculosidade, traria risco à segurança do país. Cada um teria sido responsável por um ataque suicida.
Segundo Israel, Sayed planejou o massacre no Park Hotel em Netanya, norte do país, em 2002, onde 29 civis morreram; Barghouti, parente do líder do Fatah, Marwan Barghouti, é especialista em bombas e cintos explosivos para ataques, utilizados em Jerusalém; Hamad, comandante do Hamas em Ramallah, também foi condenado pelo envolvimento em ataques suicidas; e Saadat está na cadeia por ter ordenado o assassinato do ex-ministro do Turismo em 2001, Rehavam Zeevi.
Israel concorda com a libertação de outros mil presos em troca do soldado, seqüestrado há dois anos num assentamento israelense na fronteira do Egito com a Faixa de Gaza.
“Bibi” lidera pesquisas
Os boatos sobre uma possível troca de prisioneiros ganharam força às vésperas das eleições parlamentares israelenses, marcadas para amanhã. De acordo com pesquisas, o líder do partido direitista Likud, Benjamin Netanyahu, está com ligeira vantagem sobre a ministra das Relações Exteriores Tzipi Livni, do Kadima.
Após sofrer a pior derrota da sua história nas eleições de 2006, quando o Likud elegeu apenas 15 deputados (de um total de 120), o linha-dura “Bibi” se recupera num momento de tensão com o Hamas. Em 4 de fevereiro, ele chegou a dizer que a invasão em Gaza acabou “cedo demais”. “O governo não permitiu aos militares tapar o buraco no sul”, afirmou.
Segundo a última enquete publicada pelo jornal Yediot Ahronot, “Bibi” deve ficar com 27 cadeiras, o que lhe daria o direito de formar o próximo governo. O Kadima teria 25.
As pesquisas confirmam também a forte ascensão do partido conservador Yisrael Beiteinu, do ex-ministro Avigdor Lieberman, que obteria 18 ou 19 cadeiras. Lieberman, de origem russa, está em terceiro lugar, deixando para trás o ministro da Defesa Ehud Barak, do Partido Trabalhista.
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