Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno, Anatoly Pakhomov, prefeito de Sochi, declarou nesta segunda-feira (27/01) que não há homossexuais na cidade russa que sediará o evento, em entrevista à BBC.
No entanto, o político foi contestado pelo próprio veículo, que revelou ter visitado uma boate dedicada ao público gay no dia anterior à entrevista. Contrariado, ele voltou atrás e afirmou desconhecer a existência de homossexuais na cidade. “Eu não tenho certeza, mas eu não os conheço de forma alguma”, disse.
Agência Efe
Previstos para começar no dia 7, Jogos de Inverno também têm atraído atenção pela ameaça de atentados
Para Pakhomov, a homossexualidade não é aceita na região do Cáucaso, mas que a “hospitalidade” será estendida a todos que respeitarem as leis russas. Em junho de 2013, o país criou uma norma que proibia a propaganda de “formas não-tradicionais de relações sexuais” para menores de 18 anos, polêmica que tem se intensificado nas semanas que antecedem o evento esportivo.
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O prefeito de Sochi é do mesmo partido do presidente Vladimir Putin, que recentemente afirmou que os gays poderiam se sentir bem-vindos nos Jogos Olímpicos, na condição que “deixem as crianças em paz”. Ainda na entrevista, o ex-vice do primeiro ministro russo e atual membro da oposição, Boris Nemtsov, provocou Pakhomov. “Que eu saiba, há diversos bares gays na cidade. Como eles sobrevivem? Por que eles não estão falidos?”, ironizou.
Ameaças em Sochi
Além das questões envolvendo homossexualidade, outra polêmica dos Jogos de Sochi é a ameaça de atentados. Na segunda (20/01), islamitas do Daguestão – república instável localizada no Cáucaso russo – divulgaram um vídeo, ameaçando atos terroristas no evento. Além disso, comitês olímpicos de pelo menos cinco países receberam mensagens de ameaças em e-mails e cartas, na semana passada.
Desde o início do ano, Putin colocou 30 mil policiais e soldados em alerta em Sochi. Paralelamente, implementou uma série de medidas de segurança como o acesso limitado à vila olímpica, a proibição da circulação de veículos sem registro local e o veto à venda de fogos de artifício, explosivos e munições.