O navio petroleiro Central Park, da empresa naval Zodiac Maritime, foi sequestrado neste domingo (26/11) quando navegava pelas proximidades da costa do Iêmen.
Através de um comunicado, representantes da Zodiac e da empresa de segurança privada Ambrey, confirmaram o sequestro da embarcação e afirmaram se tratar de um “ato de pirataria”, e disseram que difundirão imagens para comprovar a denúncia.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. No entanto, o caso se assemelha ao ocorrido no dia 19 de novembro, quando um cargueiro japonês ligado a um empresário israelense foi sequestrado por membros do grupo Houthi, do Iêmen, quando atravessava a mesma região onde aconteceu o sequestro deste domingo.
A empresa Zodiac Maritime também é ligada a um empresário israelense – o bilionário Eyal Ofer –, razão pela qual se especula que o sequestro deste domingo possa ter a mesma motivação que o caso anterior.
JSN
Navio Central Park, sequestrado na costa do Iêmen, pertence a empresa de bilionário israelense
O comunicado da empresa afirmou que a tripulação da embarcação sequestrada era composta por 22 pessoas, incluindo um capitão de nacionalidade turca e tripulantes de seis diferentes nacionalidades (provenientes de Rússia, Vietnã, Bulgária, Índia, Geórgia e Filipinas).
Resposta à situação em Gaza
O sequestro do navio cargueiro israelense por parte do grupo Houthi, do Iêmen, enquanto cruzava o Mar Vermelho no dia 19 de novembro, se tornou uma das notícias mais destacadas no Oriente Médio nos últimos dias, como exemplo de como os povos dos países árabes se sentem identificados com o sofrimento do povo palestino diante da ofensiva que vem sofrendo por parte de Israel.
Segundo a especialista Verônica D’Angelo de Oliveira, bacharel em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a ação “é uma espécie de resposta à situação em Gaza”.
“Temos que levar em consideração que apesar da força bélica do grupo ser muito inferior ao poderio israelense, nós tivemos nas últimas semanas algumas tentativas de ataque por parte dos Houthis a Israel e a tomada do navio (que no final, nem tinha tripulação israelense) parece ter sido uma opção menos custosa para o grupo, uma vez que os ataques aéreos não conseguem ultrapassar a barreira anti-míssil de Israel”, disse a acadêmica a Opera Mundi.