Dois navios com um total de 239 migrantes forçados atracaram neste domingo (03/11) em portos do sul da Itália, após um acordo com países da União Europeia para a redistribuição de deslocados internacionais.
O primeiro desembarque foi o do navio Alan Kurdi, da ONG alemã Sea Eye, que chegou ao porto de Taranto, na Puglia, com 88 migrantes resgatados no Mediterrâneo nos últimos dias.
Desse total, apenas 21 ficarão na Itália. Outros 60 serão divididos entre Alemanha e França, enquanto cinco irão para Portugal, e dois, para a Irlanda. Em solo, os deslocados receberam cobertores, roupas e itens de primeira necessidade.
Um deles se ajoelhou e beijou o chão de Taranto. “Os passageiros sofriam por conta das difíceis condições meteorológicas e marinhas. Além disso, havia consequências de ferimentos por armas de fogo e das torturas sofridas nas prisões na Líbia”, disse um médico do Alan Kurdi à emissora Rai.
Os migrantes são provenientes majoritariamente de países da África Subsaariana, como Camarões, Gâmbia, Guiné, Nigéria e Senegal. O grupo também incluía cinco menores desacompanhados e uma mulher.
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Navios deixaram quase 240 imigrantes na costa italiana
Asso Trenta
O segundo desembarque do dia foi o do navio mercantil italiano Asso Trenta, que atracou em Pozzallo, na Sicília, com 151 migrantes resgatados perto da costa da Líbia na madrugada do último sábado (02/11).
A embarcação prestava serviço em plataformas de petróleo no litoral do país africano, quando sua tripulação avistou um barco superlotado em dificuldades. Não se sabe ainda o destino dessas pessoas, mas a Itália mantém um acordo automático de repartição de migrantes com Alemanha, França e Malta.
Além disso, países como Finlândia, Irlanda, Luxemburgo e Portugal já se mostraram abertos a participar do mecanismo.
Desde o início do ano, cerca de 9,65 mil migrantes forçados chegaram à Itália pelo Mediterrâneo Central, queda de 56,21% em relação ao mesmo período de 2018, segundo o Ministério do Interior.