Nayib Bukele informou através das redes sociais que ganhou a reeleição à Presidência de El Salvador. O anúncio, feito na noite deste domingo (04/02), aconteceu pouco mais de uma hora após o fechamento dos centros de votação.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral do país, com 31% das urnas apuradas, o partido de Bukele tinha 83% dos votos.
Bukele escreveu que “de acordo com nossos números, ganhamos a eleição presidencial com mais de 85% dos votos e um mínimo de 58 dos 60 deputados à Assembleia. O recorde em toda a história democrática do mundo”.
Mais de 5,5 milhões de salvadorenhos estavam inscritos para eleger entre seis candidatos quem seria o presidente do país. De acordo com os observadores, a votação transcorreu com relativa normalidade.
Porém, a oposição denunciou irregularidades. Líderes do partido Aliança Nacionalista Republicana (Arena) denunciaram que o partido Nuevas Ideas (o mesmo do presidente) e Bukele “violaram repetidamente o silêncio eleitoral” ao longo do processo. Conforme as leis eleitorais, não poderia haver propaganda política durante a votação e nos dias prévios ao pleito.
A reeleição deste publicitário de 42 anos já era esperada. Ele conquistou uma alta popularidade nos cinco anos de seu primeiro mandato (2019-2024) ao reduzir drasticamente os números da violência em El Salvador.
Reprodução / @nuevasideas
Nayib Bukele informou através das redes sociais que ganhou a reeleição à Presidência de El Salvador
Após votar, na tarde deste domingo, acompanhado da esposa e protegido por um forte esquema de segurança, Bukele deu uma coletiva de imprensa. Ele declarou que El Salvador “tinha um câncer com metástase, 85% do território estava dominado por gangues. Fizemos cirurgia, quimio, radioterapia e vamos sair saudáveis, sem o câncer das gangues. Resolvemos o que estava nos matando. Agora o que vem para El Salvador é um período de prosperidade”, declarou.
Não há ditadura
Nayib Bukele afirmou que em El Salvador “não há ditadura, as pessoas estão votando em democracia”. O político garantiu que não irá reformar a Constituição salvadorenha para incluir a reeleição indefinida.
O presidente concorreu à reeleição graças a uma brecha na Constituição salvadorenha. Ele é acusado de concentrar em sua figura o poder do Estado, controlar a Justiça e o Congresso, e de violar os direitos humanos para silenciar as gangues que aterrorizavam o país.
Com a vitória de uma maioria qualificada de 41 deputados, Bukele poderá nomear funcionários eleitorais para cargos na Procuradoria Geral, no Ministério Público e ao de Procurador dos Direitos Humanos.
Através das redes sociais, Katya Salazar, diretora executiva da Due Process Foundation (DPLF), explicou que “o triunfo de Bukele enviará uma mensagem perigosa à região”.
O segundo mandato do mandatário está previsto para começar em 1° de junho deste ano, e deve chegar ao fim em 2029. No entanto, o presidente reeleito convocou a população para comparecer nesta segunda-feira (05/02), às 9h da manhã (hora local) em frente ao Palácio Nacional, na capital San Salvador.