A organização ambientalista Greenpeace afirmou nesta segunda-feira (02/05) que as negociações para o acordo de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos colocam a população e o meio ambiente em risco, ao divulgar documentos sobre o tratado.
Agência Efe
Diretora-executiva do Greepeace na Holanda, Sylvia Borren, pede a paralisação das negociações até que questões sejam respondidas
Durante coletiva de imprensa em Berlim, na Alemanha, a entidade afirmou que o TTIP (Associação Transatlântica de Comércio e Investimento) prevê a suspensão de normas europeias em setores de alimentação e a aprovação de produtos químicos perigosos, para facilitar o comércio bilateral.
“Fizemos isso para iniciar um debate”, disse o especialista em comércio do Greenpeace Juergen Knirsch, que acrescentou que os documentos mostram que as negociações não devem avançar.
Segundo Knirsch, os papeis indicam que os Estados Unidos trabalham para “substituir” o princípio de precaução hoje existente na Europa, que protege a população contra produtos de efeito nocivo ou desconhecido.
“A melhor coisa que a Comissão da União Europeia pode fazer é dizer ‘desculpe, cometemos um erro’”, afirmou.
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A organização diz que o acordo não faz referência à chamada regra de Exceção Geral, que permite a regulação do comércio para a proteção da população e do meio ambiente.
Em “nenhum dos capítulos (…) se faz a referência à regra de exceção geral incluída no Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio da Organização Mundial do Comércio, que permite aos países regular o comércio para proteger a vida e a saúde de seres humanos, animais e plantas” ou “para a conservação dos recursos naturais”, afirmou o Greenpeace Holanda em um comunicado em sua página de internet.
O Greenpeace afirma também que nada no texto indica proteção ao clima.
“Pedimos para que essas negociações sejam paralisadas até que essas questões sejam respondidas”, afirmou a diretora-executiva do Greepeace na Holanda, Sylvia Borren.
O material divulgado, de acordo com a entidade, representa dois terços do projeto elaborado depois da última rodada de negociações, em abril.
Apenas negociações
A comissária europeia para Assuntos Internos, Cecilia Malmstrom, lamentou os vazamentos e disse que os documentos se referem apenas a negociações e não a resultados finais.
Ela informou também que a União Europeia não comprometeria seus princípíos para atingir um acordo antes do fim do mandato do presidente norte-americano, Barack Obama, em janeiro de 2017.
Se colocado em prática, o TTIP se converteria no maior tratado de livre comércio do mundo.