Atualizada às 17h42
O atual primeiro-ministro do partido de direita Likud, Benjamin Netanyahu, e o candidato pela coalizão centrista Kahol Lavan, Benny Gantz, delcraram vitória nas eleições parlamentares de Israel realizadas nesta terça-feira (09/04).
Os anúncios foram feitos por ambos candidatos após a divulgação de pesquisas de boca de urna. Entretanto, as sondagens indicam um impasse, apresentando três cenários diferentes.
Tanto a pesquisa divulgada pelo Canal 11, como a divulgada pelo Canal 12 mostram uma vitória de Gantz, que teria conquistado 37 assentos no Parlamento israelense. Já os resultados de Netanyahu variam, aparecendo com 36 na primeira pesquisa e 33 na segunda.
Por sua vez, a sondagem realizada pelo Canal 13 mostra um empate entre os dois, com 36 assentos cada.
Após a divulgação dos números, o premiê israelense declarou a vitória do “bloco da direita”, coalizão que apoia o Likud, e disse que iniciará a formação do governo ainda hoje.
“O bloco da direita liderado pelo Likud claramente saiu vitorioso. Eu agradeço aos cidadãos de Israel pela confiança. Eu começarei a formar um governo de direita com nossos parceiros naturais ainda nesta tarde”, afirmou Netanyahu.
Gantz, candidato pela legenda centrista “Azul e Branco”, também declarou vitória nas urnas. “Nós ganhamos! O povo de Israel teve sua vez. Há um claro vencedor e um claro perdedor”, disse o líder do partido.
Maioria
De acordo com a pesquisa de boca de urna divulgada pelo Canal 13, ambos candidatos aparecem com 36 assentos. Porém, a pesquisa indica que, mesmo com empate, a coalizão liderada pelo Likud teria consquistado 66 cadeiras no Knesset, contra 54 do “Azul e Branco”.
Os números garantiriam maioria da direita no Parlamento e a liderança do governo a Netanyahu.
Entretanto, a sondagem feita pelo Canal 12 mostra um empate na divisão do Parlamento. A coalizão liderada por Gantz teria conquistado 60 cadeiras, assim como o Likud, colocando a disputa pelo controle do governo por um assento.
Azul e Branco
Fundada em 2019, a legenda Kahol Lavan foi formada por dois opositores de Netanyahu: o ex-militar Benny Gantz, que já foi comandante do Estado-Maior, e o político centrista Yair Lapid, ex-ministro de Finanças de “Bibi”.
Em entrevista ao jornal Times of Israel, Gantz afirmou que a coalizão pretende oferecer ao país uma “nova visão sionista de democracia e assegurar o Estado judeu sob sua liderança”, enquanto que o atual primeiro-ministro, se continuar no cargo, irá se tornar uma versão do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, trazendo “a polícia, os juízes e a imprensa sob seu controle forçado”.
Escândalos e política externa
O final do atual mandato do premiê conservador foi marcado por denúncias de corrupção e suborno. Em fevereiro, o procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, anunciou que o primeiro-ministro seria indiciado pelos crimes de corrupção, suborno e fraude, marcando a primeira vez que um chefe de governo israelense é alvo de um processo de corrupção durante o exercício do mandato.
Entretanto, a campanha de Netanyahu buscou se desviar das acusações que ameaçam o premiê e aposta nos chamados “sucessos” que a administração conquistou na política externa. As relações com o presidente dos EUA, Donald Trump, a recente aproximação do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, e de outros governos conservadores do Leste Europeu, como o de Viktor Orban, na Hungria, são encarados por Netanyahu e seus apoiadores como conquistas políticas quer fortalecem o projeto de país conservador do Likud.
Netanyahu e Gantz anunciaram vitória após divulgação de pesquisas de boca de urna