Quase dois meses depois das eleições parlamentares, o Knesset, Parlamento de Israel, aprovou nesta quarta-feira (29/05) sua dissolução e a realização de um novo pleito previsto para o dia 17 de setembro.
A decisão, aprovada por 74 votos favoráveis e 45 contrários, vem após o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, reeleito nas últimas eleições, não conseguir formar uma coalizão que lhe garantisse maioria parlamentar para governar.
Bibi, como é conhecido o premiê, manteve negociações com diversos partidos da direita, principalmente com o Yisrael Beitenu, legenda direitista liderada pelo antigo ministro de Netanyahu, Avigdor Lieberman.
Segundo o jornal israelense Haaretz, tanto o Yisrael Beitenu quanto os partidos ultra-ortodoxos rejeitaram as propostas de Netanyahu.
O abandono do partido de Lieberman da base governista rachou a coalizão pretendida pelo Likud, partido do premiê, e abriu incerteza quanto ao futuro de Netanyahu à frente do governo.
Após a retirada de apoio, as 65 cadeiras previstas pelo Likud caíram para 60, uma a menos do necessário para formar um governo. O premiê comunicou o Parlamento que não foi capaz de formar maioria dentro do prazo previsto em lei, que se encerrava à 0h desta quinta-feira (30/05), o que levou a Casa a decidir pela dissolução e novas eleições.
O Canal 13 israelense afirmou nesta quarta que o Likud chegou a sondar o partido centrista Azul e Branco, principal rival durante as últimas eleições, do ex-militar Benny Gantz, em busca de apoio. Segundo a emissora, a proposta foi rejeitada pela legenda.
5º mandato e escândalos
Benjamin Netanyahu venceu as últimas eleições de Israel e conquistou o 4º mandato consecutivo como líder de governo em Israel, o 5º em sua trajetória política. Entretanto, os últimos anos de governo de Bibi foram marcados por escândalos de corrupção e acusações de crimes contra a humanidade durante repressão contra o povo palestino.
Entretanto, a campanha de Netanyahu buscou se desviar das acusações que ameaçam o premiê e aposta nos chamados “sucessos” que a administração conquistou na política externa. As relações com o presidente dos EUA, Donald Trump, a recente aproximação do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, e de outros governos conservadores do Leste Europeu, como o de Viktor Orban, na Hungria, são encarados por Netanyahu e seus apoiadores como conquistas políticas quer fortalecem o projeto de país conservador do Likud.
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Após legendas de direita romperem com Likud, as 65 cadeiras previstas pelo partido caíram para 60