O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira (10/09) que, se vencer as eleições gerais, irá anexar o Vale do Jordão, região que representa um terço da área da Cisjordânia. O país vai às urnas na próxima semana, no dia 17 de setembro.
Segundo Netanyahu, o “plano de paz” para a região elaborado pela administração do presidente dos EUA Donald Trump proporcionaria uma “oportunidade histórica” para o governo israelense anexar a Cisjordânia e outras regiões.
“Na medida em que for possível, eu quero aplicar a soberania nas comunidades e outras áreas com máxima coordenação com os EUA. Mas existe um lugar onde é possível aplicar a soberania de Israel imediatamente após a eleição”, disse o premiê, candidato à reeleição.
Netanyahu ainda afirmou que, “nos últimos meses, eu liderei um esforço diplomático nessa direção e […] hoje estou anunciando minha intenção de aplicar, com a formação do próximo governo, a soberania de Israel no Vale do Jordão e no norte do Mar Morto”.
Após o pronunciamento de Netanyahu, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, afirmou que “a terra da Palestina não é parte da campanha eleitoral de Netanyahu” e apelou para a comunidade internacional denunciar a medida ingerencista de Israel.
“Se ele acredita que ele ganhará votos a curto prazo anexando a região, então ele e Israel serão os perdedores a longo prazo”, disse Shtayyeh.
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Coalizão Azul e Branco aparece empatada com o Likud, partido de Netanyahu, na disputa pela chefia do governo
Oposição
Legendas da oposição também criticaram o anúncio de Netanyahu. A coalizão Azul e Braco, principal rival do atual premiê nas próximas eleições, chegou a pedir à Justiça a interrupção do discurso televisivo de Netanyahu, alegando que continha apelos eleitorais ilegais. A petição foi negada.
A coalizão Azul e Branco aparece empatada com o Likud, partido de Netanyahu, na disputa pela chefia do governo. Segundo a última pesquisa divulgada pelo Canal 13, ambas as legendas aparecem com 32 assentos cada, sendo que é necessário obter maioria de 60 mais um assentos no Parlamento israelense para a formação de um governo.
O líder do partido União Democrática também criticou Netanyahu e afirmou que é “estranho que alguém que é acusado de suborno, fraude e quebra de sigilo levantar tal movimento dramático a menos de uma semana antes das eleições”.