Todo dia 17 de abril, palestinos se mobilizam em solidariedade a seus presos em detenções israelenses. Nesta sexta, a população foi às ruas na Cisjordânia em protesto ao número recorde de detentos: 6.000, de acordo com dados da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
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EFE/ arquivo
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No vilarejo de Bilin, as manifestações desta tarde resultaram em choques entre tropas de Israel e ao menos 100 ativistas palestinos. Os últimos jogaram pedras em direção aos soldados, que responderam com gás de efeito moral e balas de borracha. Segundo a Agence France-Presse, pelo menos um manifestante ficou ferido.
“Nós não vamos deixar nossos prisioneiros sozinhos na prisão”, disse o organizador do protesto, Abdullah Abu Rahma. “Nós vamos defender nosso direito de liberdade, porque a maioria deles [detidos palestinos] foi encarcerada ilegalmente pelas forças israelenses”, acrescentou.
Dos 6.000 palestinos presos, 200 são menores de idade e 23 são mulheres. Além disso, cerca de 450 estão sob detenção administrativa, que permite o encarceramento de uma pessoa sem ser levada a julgamento por períodos prorrogáveis de seis meses, e em muitos casos, sem conhecer de que é exatamente acusada.
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Desde a ocupação israelense em territórios palestinos de 1967, mais de 800 mil palestinos foram presos – o que equivale a 40% da população masculina do país e significa que quase todas as famílias palestinas já foram afetadas com a detenção de algum membro.
Dados da ANP ainda indicam que Israel mantém 20 jornalistas palestinos presos. De acordo com informações da União de Rádios e Televisões palestinas, Mahmoud Moussa Issa é o profissional de imprensa que está mais tempo detido: desde 1994, ele cumpre pena após um tribunal israelense lhe impor três prisões perpétuas por delitos de sangue e contra a segurança do Estado.