Em discurso televisionado, o líder do movimento xiita oposicionista no Iêmen, Abdul Malik al Houthi, advertiu neste domingo (19/04) que seu grupo “não se renderá” e ameaçou responder militarmente à agressão da coalizão liderada pelos sauditas quando julgar conveniente.
“O povo iemenita não se ajoelhará nunca”, declarou a liderança, culpando os Estados Unidos como responsáveis por “suscitar a agressão” e Israel por “encorajar e apoiar a operação”. Além disso, Houthi classificou a operação árabe contra sua organização de “criminosa e ilegítima”.
EFE
Líder iemenita da oposição Abdul Malik al Houthi falou nesta tarde em TV aberta
Por sua vez, o porta-voz da coalizão, Ahmed al Asiri, rebateu hoje que as forças árabes conseguiram destruir 80% dos armazéns de armas dos houthis e assegurou que “não sobrou nenhum potencial militar” para o movimento xiita no país.
Entenda caso
Milícia de oposição xiita, os houthis pegaram em armas em várias ocasiões entre 2004 e 2010. Há tempos, o grupo reivindica uma maior participação no poder, um pacto contra a corrupção e a aplicação dos acordos assinados com as autoridades iemenitas em setembro de 2014.
Em fevereiro, os houthis tomaram o poder do país em fevereiro e controla capital – Sanaa – além de vários pontos estratégicos do território nacional, inclusive os palácios presidenciais.
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No dia 26 de março, os sauditas passaram a liderar um bombardeio contra posições dos houthis no país vizinho. A ofensiva começou horas após o chanceler iemenita, Riad Yassin, pedir uma intervenção militar aos países árabes para conter o avanço dos opositores xiitas. A coalizão é composta ainda por Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein e Egito, entre outros países.
O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, chegou a anunciar renúncia, mas dias depois mudou de ideia e voltou atrás. Há algumas semanas, ele declarou que os houthis são “marionetes do Irã” e pediu que os ataques da coalizão árabe no país continuem até que eles se rendam. Atualmente, Hadi está refugiado em Riad, capital saudita.
Segundo a Associated Press, tanto o Irã quanto os houthis negam as alegações de que Teerã financia o movimento xiita no Iêmen. Indagados sobre as afirmações de Hadi, oficiais iranianos preferiram não comentar.