O subsecretário do Interior do Chile, Rodrigo Ubilla, informou nesta terça-feira (22/10) que o número de mortos durante os protestos contra o governo do presidente Sebatián Piñera chegou a 15. As manifestações, que começaram na última semana após o aumento na tarifa do metrô, ainda tomam as ruas do país nesta terça-feira.
Segundo Ubilla, “até hoje, existe um total de 15 mortos, 11 deles na Região Metropolitana”. O funcionário do governo ainda anunciou que 2.643 pessoas foram presas.
Ainda nesta nesta terça-feira foram registrados protestos em diversas cidades do país. Em Concepción, região metropolitana de Santiago, cerca de 25 mil pessoas entre estudantes e trabalhadores compareceram às ruas para marchar contra o governo de Piñera.
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Na capital, manifestantes se concentraram em vários pontos como a Plaza Italia e regiões próximas a estações de metrô. Ainda foram registradas marchas em Antofagasta, Valparaíso e punta Arenas.
Com horários diferentes, e pelo quarto dia consecutivo, dez regiões do país estão com toque de recolher confirmados. Em toda a área da região metropolitana, o toque decretado pelo governo começa às 20h e vai até às 5h desta quarta-feira.
Em Valparaíso e Concepción, estão proibidas circulação e reunião de pessoas nas ruas depois das 18h e até às 6h de amanhã. Por sua vez, em outras regiões como Valdivia e Iquique, o toque de recolher começa às 21h e às 22h.
Confederación Fenpruss
Na capital, manifestantes se concentraram em vários pontos como a Plaza Italia
Greve geral
Centrais sindicais, movimentos populares e organizações estudantis do Chile anunciaram nesta terça-feira (22/10) a convocação de uma greve geral entre os dias 23 e 24 de outubro contra o governo neoliberal do presidente Sebastián Piñera. A paralisação vem em meio aos protestos massivos que tomam as ruas do país latino-americano desde a última semana, após o aumento da tarifa do metrô.
Em comunicado, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Chile afirmou que a greve geral “é o maior instrumento que os trabalhadores têm para a defesa de nossos interesses”. Segundo a organização, estão previstas “marchas desde às 10h30, orientadas pela massividade, ordenadas, pacíficas e com bandeiras sindicais”.
Por sua vez, o comunicado emitido pela Unidade Social, conglomerado que reúne mais de 50 movimentos populares, afirmou que a paralisação reivindicada “a imediata suspensão do estado de emergência e o retorno dos militares aos quartéis”.
Repressão
Na última semana, o presidente Sebastián Piñera, acuado devido aos protestos contra o aumento na tarifa do metrô, decretou estado de emergência que desencadeou uma repressão violenta das forças de seguranças contra os manifestantes no país.
Nesta segunda-feira, o mandatário chegou a dizer que o país está “em guerra” contra um “inimigo poderoso e implacável”.