Fundado em julho de 1990, o Foro de São Paulo aglutina 83 organizações de 21 países latino-americanos. Dez são governados por partidos que o integram: Bolívia, Brasil, Cuba, Equador, El Salvador, Nicarágua, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Agrupamentos filiados à entidade também estão presentes no governo argentino.
A criação do Foro nasceu de convocação do brasileiro Partido dos Trabalhadores a agremiações de esquerda e progressistas da América Latina. O objetivo, desde o início, era organizar um espaço de discussão e troca de informações, cujas resoluções fossem sempre adotadas por consenso. O funcionamento deveria ser o oposto das antigas Internacionais, que comandavam suas seções locais.
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As organizações convidadas ao I Encontro do Foro, realizado na capital paulista, passaram a ser membros oficiais da associação. Vários grupos de cada país, expressando a pluralidade da esquerda, fazem parte da lista de fundadores. A partir de então, novas filiações passaram a ser aceitas, desde que não houvesse veto de nenhum integrante original e se os partidos conterrâneos do eventual postulante não fizessem objeções.
O clima político que rodeava o Foro em seus momentos iniciais estava marcado pelo colapso do socialismo soviético e pela predominância de governos liberais ou conservadores nas nações abaixo do rio Grande. Na époica, as ideias de esquerda pareciam derrotadas ou confinadas a guetos de oposição. Nos meses anteriores à reunião em São Paulo, as correntes principais da entidade tinham perdido eleições presidenciais no Brasil (1989) e na Nicarágua (1990).
Adeus às armas
Com o desaparecimento da União Soviética, os grupos guerrilheiros também caminhavam para a exaustão. A Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, atualmente governando El Salvador, decidiu abandonar armas e transformar-se em partido institucional. O mesmo caminho foi seguido, nos anos seguintes, pela insurgência guatemalteca e por parte da guerrilha colombiana.
O Foro, desde o seu início, uniu apenas as organizações que optaram pela via institucional de acesso ao poder. Desde sua fundação, já realizou 15 encontros. O de Buenos Aires é o décimo-sexto. Nos intervalos, sua estrutura executiva é comandada pelo Grupo de Trabalho, composto pelos principais partidos. Desde 1995, existe uma secretaria executiva, coordenada pelo PT. O atual secretário-executivo é Valter Pomar, dirigente da agremiação brasileira e seu ex-secretário de relações internacionais.
A última participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi em 2005, quando o Foro voltou a organizar seu encontro em São Paulo. Até ser eleito em 2002, Lula participou das principais atividades do organismo que ajudou a criar.
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