O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convidou nesta sexta-feira (09/11) os líderes republicanos e democratas no Congresso a iniciar na próxima semana negociações para um acordo para a redução do déficit público que evite o temido “abismo fiscal”.
Em sua primeira declaração na Casa Branca após ter conquistado a reeleição, Obama convidou esses líderes a dialogar para “construir um consenso” e enfatizou que a prioridade deve ser “o emprego e o crescimento”.
O presidente também afirmou que está “aberto a novas ideias” para chegar a um acordo sobre a dívida, mas reiterou que seu plano contempla combinar cortes na despesa com altas de impostos aos mais ricos, o que não agrada em nada aos republicanos.
“Temos que combinar cortes de despesas com receitas e isso significa pedir aos norte-americanos mais ricos que paguem um pouco mais”, ressaltou Obama durante seu discurso na Sala Leste da Casa Branca, na qual esteve acompanhado de seu vice-presidente, Joe Biden.
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O líder se declarou “aberto ao compromisso”, mas também insistiu que não aceitará nenhum plano de redução do déficit que não seja “equilibrado”.
“Não estou casado com cada detalhe do meu plano”, sustentou antes de afirmar que as eleições de terça-feira passada (06/11) evidenciaram que “a maioria dos norte-americanos” está de acordo com suas ideias.
Os norte-americanos “querem cooperação, consenso e bom senso. Mas, principalmente, querem ação”, ressaltou Obama.
Nesta primeira declaração pós-reeleição, Obama deixou claro que sua prioridade agora é evitar o temido “abismo fiscal” no qual os EUA entrariam se republicanos e democratas não definirem no Congresso medidas para reduzir o déficit em longo prazo antes do final do ano.
Os republicanos controlam a Câmara dos Representantes, enquanto os democratas são maioria no Senado, o que obriga a um entendimento entre os dois partidos para aprovar as leis.
À revelia de um acordo bipartidário, em janeiro entrariam em vigor cortes automáticos no orçamento e isso coincidiria com o fim das isenções impositivas do governo de George W. Bush, algo que os analistas consideram que seria fatal para a principal economia mundial.
Pouco antes das declarações do presidente, o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, John Boehner, lhe instou a liderar as negociações para um acordo de redução da dívida que evite aumentos de impostos que, segundo sua opinião, desacelerarão a criação de empregos.