O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Departamento de Justiça e ao FBI que investiguem, de forma “independente e profunda”, a morte do jovem Michael Brown. O assassinato de Brown, um jovem negro de 18 anos, quando caminhava na rua, desarmado, gerou uma onda de protestos de revolta na cidade de Fergunson, no estado de Missouri. Lá, dois terços da população é negra. O episódio acendeu um alerta sobre a violência policial no país.
Agência Efe
Centenas de policiais controlam cidade perto de St. Louis, após assassinato de jovem negro. Michael Brown tinha somente 18 anos
Em declarações à imprensa nesta quinta-feira (14/08), Obama disse que está consultando o FBI sobre “como manter a segurança sem impedir o direito ao protesto pacífico” e garantiu que sua equipe “fará o possível para esclarecer o que ocorreu e assegurar que seja feita justiça”.
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Sobre os jornalistas Wesley Lowery do Washington Post e Ryan J. Reilly do Huffington Post, presos ontem enquanto trabalhavam na cobertura dos protestos em Fergunson, Obama ressaltou que, “nos EUA, os jornalistas não serão presos enquanto fazem seu trabalho”.
Ele também condenou os protestos violentos contra os policiais e os “atos de vandalismo” ocorridos na regiãos. Obama, no entanto, afirmou que “isso não é desculpa para que a polícia use a força excessiva contra protestos pacíficos ou coloque manifestantes na cadeia por exercer seus direitos”.
Agência Efe
Diversas lojas foram saqueadas, inclusive uma franquia da rede Wall Mart. Onda de protestos eclodiu após morte de jovem negro
“Quando uma coisa como essa acontece, as autoridades locais, incluindo a polícia, têm a responsabilidade de ser transparente sobre como eles estão investigando, com qual profundidade e como estão protegendo as pessoas nessas comunidades”.
O caso
Testemunhas declararam à imprensa que Brown e um amigo caminhavam pela rua no sábado (09/08) quando a polícia os parou. O jovem – descrito como uma pessoa tranquila – teria levantado as mãos, indicando que não portava armas.
No entanto, a versão inicial das autoridades afirma que houve resistência à abordagem e que Brown empurrou o agente, tentando pegar a arma dele. Tal atitude justificaria o disparo do policial contra o jovem, segundo a instituição.
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Nos últimos dias, ocorreu uma escalada de tensão racial e violentas manifestações em tributo a Brown. Pelo menos 32 pessoas foram presas e dez policiais ficaram feridos. De acordo com a imprensa local, foram cometidos saques noturnos em lojas.
O prefeito de Fergunson, James Knowles, prometeu uma investigação profunda e imparcial sobre o assassinato.
“A única coisa que posso dizer a minha comunidade agora é que permaneça calma”, declarou Knowles à emissora CNN. “Eu entendo a revolta e a raiva das pessoas, mas isso não é construtivo”, completou.