As perspectivas da economia alemã são prejudicadas pela incerteza provocada pelo conflito na Ucrânia e pelas consequências da pandemia da covid-19, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz. Embora reconhecendo um sentimento generalizado de preocupação entre os alemães, ele insistiu que a ação do seu governo tem sido em grande parte correta.
Na semana passada, o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, disse aos parlamentares que a Alemanha está numa “situação particularmente difícil” depois de abandonar o fornecimento de gás russo. Ele admitiu que a decisão fez com que o país perdesse a sua “vantagem competitiva”.
Em entrevista ao veículo alemão Die Zeit publicada na quarta-feira (24/01), Scholz descreveu a atual atmosfera na Alemanha como “instável”.
“Sente-se a agitação econômica e política interna que o ataque russo à Ucrânia causou”, disse o chanceler. Ele prosseguiu afirmando que o presidente da Rússia Vladimir Putin, conta com o descontentamento público nas nações ocidentais, devido à alta inflação, em meio a guerra em curso.
“Nos últimos 10, 15 anos, muita coisa foi deixada adormecida porque os governos evitaram conflitos”, disse Scholz quando questionado sobre o descontentamento cada vez maior entre os alemães com o desempenho do seu próprio gabinete.
Insistiu que a Alemanha está passando por uma grande transformação para se ajustar às novas realidades econômicas – um processo que conduzirá inevitavelmente a sentimentos de incerteza.
IMAGO
Desde dezembro de 2021, Scholz comanda um governo de coalizão entre os social-democratas (SPD) e verdes e liberais
Desde dezembro de 2021, Scholz comanda um governo de coalizão entre os social-democratas (SPD) e os verdes e liberais (FDP).
Greve geral na Alemanha
O sindicato de condutores de trens da Alemanha (GDL, na sigla em alemão), que tem 40 mil membros e representa também outros funcionários da rede ferroviária, anunciou uma paralisação na segunda-feira (22/01). Os maquinistas de trens entraram em greve porque querem ganhar mais e trabalhar menos para melhor qualidade de vida.
A paralisação nacional dos trens deve durar quase seis dias. Essa greve é a segunda deste ano e foi convocada por sindicato em meio a disputa sobre salários com a companhia ferroviária.
Devido à crise econômica e a escassez do gás, os trabalhadores agrícolas também sentiram o aperto, que tiveram o subsídio ao combustível para equipamentos agrícolas cortado. Isso levou os agricultores com seus tratores às ruas, e muitos outros se juntaram aos protestos. Autônomos reclamaram de custos altos e excesso de burocracia.
(*) Com RT