A derrota devastadora de Porochenko, 53 anos, era anunciada há vários dias. Os eleitores ucranianos manifestaram nas urnas toda a sua desconfiança em relação ao dirigente e ao sistema político dominado pela corrupção.
As primeiras palavras do vencedor foram para as outras ex-repúblicas soviéticas: “Olhem para nós, tudo é possível”, afirmou Zelenski, reunido com simpatizantes em Kiev. O humorista ficou famoso por participar de uma série de TV, na qual interpreta um professor de história que vira presidente, em meio a uma classe política corrupta. No primeiro turno, em 31 de março, ele conseguiu o dobro de votos do adversário. Neste domingo (21/04), depois de votar, ele disse em tom descontraído e sorridente que estava feliz por ter conseguido “unir a Ucrânia”.
Poroshenko reconheceu sua derrota e parabenizou seu oponente, mas afirmou que, apesar da derrota, não pretende abandonar a política. “Eu aceito essa decisão, estou deixando o cargo, mas quero enfatizar com firmeza: não saio da política”, declarou. Os ucranianos voltarão às urnas para as eleições legislativas no final de outubro, quando devem renovar o Parlamento.
Durante a campanha, Poroshenko se apresentou como um defensor da identidade ucraniana e o único capaz de proteger a população das agressões russas, iniciadas com a anexação da península da Crimeia por Moscou, em março de 2014.
Na sexta-feira (19/04), os dois finalistas realizaram um debate marcado por acusações e insultos, em um estádio de futebol da capital, Kiev.
Líderes ocidentais, que apoiam o governo ucraniano em detrimento da Rússia, declararam que permanecerão ao lado do vencedor das eleições deste domingo.