O enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Afeganistão, o diplomata norueguês Kai Eide, afirmou hoje (11) que houve uma “fraude generalizada” nas eleições presidenciais de 20 de agosto, embora não tenha determinado seu alcance, alegando não querer a recontagem dos votos.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que foi reeleito no mês de agosto, pediu que os resultados finais do pleito sejam anunciados assim que possível, e alegou que a crise a respeito da votação se deu “por elementos ocidentais no país”. Karzai vem sendo acusado de fraude nas eleições desde que estas foram realizadas.
Em entrevista coletiva em Cabul, o chefe da missão da ONU no Afeganistão admitiu que o processo eleitoral foi “difícil, com muitos problemas”.
“O alcance desta fraude está sendo analisado agora. Não há forma de saber neste momento que nível de fraude houve. Só posso dizer que foi uma fraude generalizada”, declarou.
O diplomata afirmou que “qualquer dado concreto” que apresentasse agora sobre o impacto da fraude no resultado eleitoral seria “pura especulação”, já que, nos últimos dias, a Comissão Eleitoral começou a fazer uma recontagem parcial dos votos por causa das denúncias de irregularidades.
Histórico
Os resultados provisórios, anunciados em setembro, deram ao atual presidente, Hamid Karzai, uma vitória folgada. Os resultados preliminares revelados colocavam Karzai com 55% do total de votos. Seu ex-ministro de relações exteriores, Abdullah Abdullah, em segundo, com 28%.
A nova apuração deve resolver as irregularidades em mais de 10% dos colégios eleitorais. Para ganhar a eleição em primeiro turno no Afeganistão, assim como no Brasil, um candidato precisa obter pelo menos 50% dos votos.
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