A ONU (Organização das Nações Unidas) publicou nesta quinta-feira (27/5) um relatório que indica “graves problemas” na política de segurança da Colômbia, uma das principais bandeiras do presidente Álvaro Uribe e do candidato governista ao pleito de domingo, Juan Manuel Santos.
De acordo com as investigações do relator especial das Nações Unidas para execuções arbitrárias, Philip Alston, “membros das Forças Armadas da Colômbia realizaram um número significativo de execuções extrajudiciais, com um padrão que foi se repetindo em todo o país”.
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A denúncia de Alston é o que se costuma chamar na Colômbia de “falsos positivos”, em que “as vítimas eram assassinadas por militares” em troca de “benefícios pessoais para os soldados”.
“Ainda que os assassinados não tenham sido cometidos como parte de uma política oficial, encontrei muitas unidades militares comprometidas” com esses fatos, lembrou o representante da ONU.
Apesar de não relacionar Uribe com os “falsos positivos”, Alston lamentou que “a taxa de impunidade desses casos chegue a 98,5%”, pois, assim, “os soldados sabiam que poderiam ficar impunes”.
Hoje, a candidata do Partido Conservador Colombiano (PCC) à presidência, a ex-chanceler Noemi Sanín, disse “ter certeza que Uribe repudia essas atrocidades”, mas que ele deve estar decepcionado, pois gente de sua total confiança o traiu.
O PCC faz parte da base governista de Uribe, mas decidiu lançar candidatura própria depois de intensas discussões internas e da realização de uma prévia.
Durante a campanha eleitoral, Noemi fez diversas críticas a Santos, ex-ministro da Defesa do país, ensaiando uma aproximação com o opositor Antanas Mockus, do Partido Verde.
As últimas pesquisas de intenção de voto antes do pleito de domingo indicam um empate técnico entre Mockus e Santos na primeira colocação. Se as previsões se confirmarem, os dois devem disputar um segundo turno, que ocorreria em 20 de junho.
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