A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira (14/05) que cerca de 10 mil palestinos foram forçados a abandonar suas casas em Gaza por conta dos ataques de Israel.
Em comunicado, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas afirmou que mais de 200 casas e 24 escolas foram destruídas ou danificadas na região durante os dias de ataques de Israel. A ONU ainda alertou para uma possível limitação do acesso dos moradores à água potável e alimentos, já que redes de energias, tubulação e fontes de alimentação estão sendo cortadas como resultado das ações militares.
Desde segunda-feira (10/05), o governo israelense vem atacando a Faixa de Gaza com ações aéreas e terrestres que, segundo o Ministério da Saúde palestino, já deixou 126 pessoas mortas, incluindo 31 crianças.
A coordenadora da ONU na Palestina, Lynn Hastings, destacou a “crescente crise humanitária em Gaza” e pediu que autoridades não privem a população local de auxílio.
Growing #humanitarian crisis in #Gaza. Now 10,000 displaced within Gaza. Israeli and Palestinian authorities must allow humanitarian relief and access. READ my statement here: https://t.co/rIpBOIRZoW pic.twitter.com/7EcVttILgw
— Lynn Hastings (@LynnHastings) May 14, 2021
Segundo a emissora Al Jazeera, centenas de famílias palestinas se abrigaram em escolas administradas pela ONU no norte da Faixa de Gaza para se protegerem dos ataques.
Apesar dos apelos da comunidade internacional para que Israel cesse os bombardeios contra os palestinos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a ofensiva irá continuar “conforme necessário para restaurar a calma no Estado de Israel”.
Nesta quinta-feira (13/05), o premiês chegou a dizer que cobraria “um preço muito alto” do Hamas, fazendo uma referência aos foguetes lançados pelo grupo nesta semana a Tel Aviv após forças israelenses derrubarem um prédio residencial de 13 andares em Gaza.
Representante dos EUA chega a Israel
O subsecretário de Estado dos EUA, Hady Amr, enviado pelo presidente Joe Biden como representante especial à região, chegou nesta sexta-feira a Israel para se encontrar com líderes israelenses e palestinos.
De acordo com o jornal Haaretz, é esperado que Amr tenha uma reunião com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores de Israel, podendo ainda se encontrar com Netanyahu.
IDF/Flickr
Organização das Nações Unidas alertou para uma limitação de água potável e alimentos na região
Em uma mensagem por conta do Eid Al-Fitr, data que celebra o fim do Ramadã, o presidente Biden disse que os “palestinos, inclusive em Gaza, e os israelenses também merecem viver com dignidade, segurança e proteção”.
“Meu governo continuará a envolver palestinos, israelenses e outros parceiros regionais para trabalhar em prol de uma calma sustentável”, declarou o mandatário.
Bombardeios contra Gaza continuam
O Exército de Israel disse nesta sexta-feira (14/05) que três foguetes foram lançados do território sírio em direção às Colinas de Golã, no território israelense.
Segundo a imprensa local, um dos mísseis apresentou defeito e caiu dentro da Síria, enquanto que os outros dois atingiram o sul de Golã, perto da aldeia agrícola israelense de Ramat Magshimim. Todos os foguetes explodiram em áreas abertas e não causaram danos.
A Al Jaazera apontou que os lançamentos aconteceram após um bombardeio de Israel contra o Líbano que matou um membro do grupo Hezbollah. No entanto, a mídia catari afirmou que ainda não há confirmação entre a possível ligação dos eventos.
Nesta madrugada, as forças terrestres e aéreas de Israel atacaram regiões que disseram ser um “sistema de túneis” do Hamas na Faixa de Gaza, intensificando os bombardeios e disparos de artilharia feitos da fronteira.
Os ataques noturnos ocorreram após especulações de que as forças de Israel teriam iniciado uma missão por terra contra a Faixa de Gaza. O Exército de Israel negou que tropas invadiram a região.