China e Emirados Árabes Unidos convocaram uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para analisar a visita do ministro da Segurança Nacional de Israel, o político de extrema-direita Itamar Ben-Gvir, ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, realizada na terça-feira (03/01).
Na ocasião, Ben-Gvir não só andou pela chamada Esplanada das Mesquitas como fez declarações desafiadoras dirigidas à organização política palestina Hamas, afirmando que pretende visitar o local com frequência.
A reunião do Conselho de Segurança está prevista para esta quinta-feira (05/01). O Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes divulgou um comunicado dizendo que “a entrada de Ben-Gvir no local sagrado foi um ataque realizado sob a proteção das forças israelenses”.
Abu Dabi também ressaltou “a necessidade de fornecer proteção total à Mesquita de Al-Aqsa e impedir as violações graves e provocativas que ocorrem nesse local”.
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A praça em frente à Mesquita de Al Aqsa foi o local da visita provocadora do ministro extremista de Israel, Itamar Ben-Gvir
Tanto os Emirados quanto a China instaram Tel Aviv a tomar medidas para reduzir a instabilidade na região. Também pediram que seja respeitado o papel moderador da Jordânia sobre os locais em Jerusalém Oriental que, como Al-Aqsa, são sagrados para muçulmanos e judeus.
Nesta mesma quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina condenou fortemente “o ataque à Mesquita de Al-Aqsa pelo ministro extremista Ben-Gvir (…) uma provocação sem precedentes e uma escalada perigosa do conflito”.
Vários países da região apoiaram o protesto palestino. Entre os países que divulgaram comunicados criticando a atitude do ministro israelense estão Egito, Jordânia, Arábia Saudita e Turquia.
Até mesmo o governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, qualificou a iniciativa de Ben-Gvir como “inaceitável” e pediu ao premiê Benjamin Netanyahu para respeitar o status quo da região da Esplanada das Mesquitas como local sagrado dos muçulmanos que vivem em Jerusalém.