O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU afirmou nesta sexta-feira (29/11) que as autoridades do Equador fizeram um uso desnecessário e desproporcional da força durante a jornada de protestos que ocorreu no país entre os dias 3 e 13 de outubro.
Em comunicado oficial, o órgão aponta que “a atividade repressiva dos agentes da ordem não se ajustou às normas e aos critérios internacionais, entre outros aspectos pelo emprego desnecessário e desproporcional da força”.
Além disso, a alta comissária para os direitos humanos, Michele Bachelet, afirmou que “os distúrbios do mês passado tiveram um alto custo humano”. “As pessoas deveriam poder se expressar sem medo de serem feridas ou presas”, disse Bachelet.
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De acordo com as denúncias apuradas pela ONU, durante as manifestações populares do Equador nove pessoas foram mortas, mais de 1,5 mil feridas e mais de 1,3 mil foram presas.
Conaie/Reprodução
‘As pessoas deveriam poder se expressar sem medo de serem feridas ou presas’, disse Michele Bachelet
“Vítimas e testemunhas denunciaram o uso reiterado por parte das forças de segurança de gases lacrimogêneos e balas de borracha disparados a curta distância contra os manifestantes. O uso desses armamentos causou centenas de feridos e possivelmente algumas mortes”, afirmou a ONU.
No último dia 2 de outubro, o Equador foi tomado por uma jornada de protestos desencadeada por um decreto de austeridade implementado pelo presidente Lenín Moreno que acabava com os subsídios públicos ao preço dos combustíveis, como parte de um pacote para garantir um empréstimo de US$ 4,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).